São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995
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Nevasca e seca trazem prejuízo ao produtor

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

Os agricultores e pecuaristas argentinos não devem esquecer tão cedo os prejuízos que acumularam com as nevascas e a seca verificadas neste inverno.
As nevadas -comparáveis às ocorridas há 41 anos- provocaram perdas de US$ 141 milhões em cinco Províncias do sul do país.
A temperatura na região caiu a 24ºC negativos e a neve acumulada somou três metros de altura.
Estudo da Secretaria de Agricultura, Gado e Pesca mostra que as nevascas ocorridas a partir de 22 de junho causaram a morte de 940 mil ovinos e caprinos e de 37 mil cabeças de gado.
A perda não se limita à morte de animais debaixo da capa de neve. Calcula-se uma diminuição de cerca de 60% nas novas crias.
A queda na produção de lã alcançou 9.100 toneladas (t) e na de carne, 15,8 mil t.
No total, 7.206 produtores sofreram prejuízos. O governo declarou situação de desastre e deve conceder benefícios tributários e crédito aos pecuaristas.
No norte do país, quatro meses consecutivos sem chuva comprometeram 40% do plantio do trigo.
As terras férteis do pampa úmido simplesmente secaram. Em épocas normais, o índice pluviométrico na região é de cerca de 700 milímetros.
Com sorte, os agricultores poderão colher cerca de 8,5 milhões de t, entre dezembro e janeiro, 25% a menos que em 94.
Segundo dados da SRA (Sociedade Rural Argentina), a expectativa era de semear 5,3 milhões de hectares, 3% a mais que em 94.
O cultivo, entretanto, não deve ultrapassar uma área de 4,6 milhões de ha, com redução de 12%.
"A perda torna-se mais acentuada diante do aumento do preço internacional do trigo", afirma Horacio Foster, 55, secretário da Sociedade Rural.
"Os produtores não poderão desfrutar dessa situação".

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