São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995
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A alternativa inteligente

PAULO ROBERTO FARIA LIMA

A questão do trânsito da cidade de São Paulo tornou-se tema de constantes debates entre os especialistas, dada a crescente gravidade da situação. Apesar de ocupar 0,1% do território nacional, São Paulo abriga 10,5% da população brasileira. É a maior cidade da América Latina e o terceiro Orçamento do país.
Esse é um problema bastante conhecido por todos nós, mas poucos têm tomado a iniciativa de solucioná-lo. Há muitas propostas boas nas gavetas dos gabinetes políticos.
Os engenheiros de tráfego apresentam frequentemente estudos da mais alta seriedade, mas encontram resistência por parte das autoridades em adotá-los. Na maioria das vezes, alega-se falta de recursos, mas nós sabemos que, se houvesse empenho maior dos governantes, poderíamos, a curto prazo, transformar São Paulo numa cidade agradável, sem perder seu dinamismo.
Temos que pensar primeiramente na qualidade de vida de nossa população. O colapso urbano inviabiliza uma vida social saudável, não só no que diz respeito ao estresse e tensão provocados pelos congestionamentos, mas também pelo aumento da poluição.
As propostas de melhorias no transporte devem priorizar, antes de mais nada, a redução dos custos, a eficiência técnica, o respeito ao meio ambiente e, principalmente, a legalidade de sua implementação. Um dos maiores problemas dos grandes centros urbanos é como dotar as cidades de um meio de transporte de massa que corresponda efetivamente às necessidades da população.
Há tempo estamos tentando sensibilizar a opinião pública e as autoridades competentes da importância de oferecer ao nosso município uma rede de transporte (com modais integrados) que agilize a locomoção da população, desafogando o tráfego. O melhor modal, ao nosso ver, é o VLT (veículo leve sobre trilhos).
Também conhecido como metrô leve, o VLT é como um bonde altamente sofisticado. Um pouco menor que o metrô comum, o VLT possui uma tecnologia que o capacita a transportar cerca de mil passageiros por viagem, dependendo do número de suas composições, além de realizar tais percursos num ritmo muito mais veloz que o metrô convencional.
Totalmente integrado ao meio urbano, o VLT propicia uma renovação espacial, trazendo benefícios às regiões por onde serão instaladas as linhas, principalmente por não oferecer ameaça ao meio ambiente (por utilizar energia elétrica).
Em suma, o VLT é o modal mais adequado a uma efetiva política ecológica e uma alternativa inteligente, em consonância com as necessidades do nosso tempo. A questão do trânsito em São Paulo será equacionada quando tivermos coragem de implantar as soluções técnicas já existentes. O VLT é uma delas.

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