São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995
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Policiais do Rio fazem ato por melhor salário

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Em protesto contra os níveis salariais, policiais civis vão realizar na próxima quinta o enterro simbólico do governador do Estado do Rio, Marcello Alencar (PSDB).
A manifestação acontece a partir das 13h, defronte à sede da Polícia Civil, na Lapa (centro).
Convocado pelo Núcleo dos Funcionários da Polícia Civil e pelo Sindicato dos Policiais Civis, o protesto é o mais importante evento programado para a semana do policial, iniciada anteontem.
A Coligação dos Policiais Civis não participa da preparação do enterro simbólico, mas incentiva os policiais a colocarem tarjas negras nas roupas em protesto contra a situação salarial.
Os policiais reclamam que o governador não paga os 54% de aumento previstos pela lei estadual 1.458/89.
"Tudo tem limite. Chega uma hora em que não dá mais para confiar. O aumento foi autorizado pela Secretaria da Administração do Estado e nem assim o governador paga", disse o inspetor Carlos Eustáquio Pacheco, 47, presidente da Coligação.
Coordenador do núcleo e diretor do sindicato, o detetive Renato Ferraz, 38, está na polícia há dez anos e ganha R$ 504 por mês.
"Havia o compromisso do governador de resgatar a dignidade salarial. Esse compromisso não está sendo cumprido", disse Ferraz.
O chefe de Polícia Civil, delegado Hélio Luz, disse que não sabia sobre o protesto. Ele preferiu não fazer comentários.
O secretário estadual da Segurança Pública, general da reserva Nilton Cerqueira, não havia sido informado sobre a intenção dos manifestantes até o fim da tarde, segundo sua assessoria.
A insatisfação com os valores salariais também atinge a PM (Polícia Militar). Os tenentes chegaram a fazer uma passeata de protesto no centro do Rio.

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