São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995
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Gasolina não pressiona IPC, diz governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

Projeção é que alta tenha impacto de 0,38 ponto percentual no índice de outubro; preços devem vigorar um ano
O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Luiz Paulo Vellozo Lucas, disse ontem que o aumento nos preços dos combustíveis terá impacto de 0,08 ponto percentual no IPC (Índice de Preços ao Consumidor) de setembro, calculado pela Fipe.
Em outubro o impacto seria de 0,38 ponto percentual, segundo as projeções feitas por técnicos do Ministério da Fazenda.
No IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) de outubro, calculado pela FGV, o impacto seria de 1,02 ponto percentual. Para Vellozo Lucas, os reajustes anunciados ontem ficaram abaixo da inflação registrada no período.
Segundo ele, o IPC da Fipe e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), este medido pelo IBGE, registraram variação próxima de 40% desde o Real.
Vellozo Lucas disse também que "a expectativa é que a partir de agora não haja mais nenhum aumento nos próximos 12 meses". Ele destacou, no entanto, que, ao contrário da lei que instituiu o Plano Real, hoje não existe nenhum dispositivo que proíba reajustes.
Mas ele reconhece que esta periodicidade pode até mesmo ser aumentada, caso o governo registre "ganhos de eficiência" nas empresas do setor. "A princípio, a idéia no Ministério da Fazenda é fazer reajustes anuais no preço dos combustíveis", afirmou.
Primeiro
O aumento dos combustíveis a partir da meia-noite de hoje é o primeiro desde 1/1/94.
Em 5/10/94 o então presidente Itamar Franco baixou os preços em 2%, em média. Em São Paulo, o litro da gasolina caiu de R$ 0,55 para R$ 0,539 e o do álcool, de R$ 0,438 para R$ 0,429. O diesel permaneceu inalterado.
Em 1/1/95 os preços caíram devido à redução de impostos. O IVV (Imposto sobre Venda a Varejo) foi reduzido à metade (na cidade de São Paulo, de 3% para 1,5%) e o IPMF (imposto sobre o cheque) deixou de ser cobrado.
Com isso, os preços baixaram para R$ 0,527 (gasolina) e R$ 0,42 (álcool). O diesel, que não tem IVV, caiu de R$ 0,343 para R$ 0,34 devido ao fim do IPMF.
As duas quedas farão com que o aumento médio de 13% fique em torno de 8,3% desde o Real.
CNT
O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Clésio Andrade, afirmou ontem estar "preocupado" com o aumento nos combustíveis. Segundo ele, o preço das passagens e do frete de mercadorias está defasado.
Andrade considera que o setor estaria "incapaz de suportar mais um aumento do diesel" por causa das defasagens nos seus preços.

Colaborou a Reportagem Local

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