São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995
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Jogadores perderam prestígio, diz Cerezo

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O meia Toninho Cerezo deve ser a principal novidade do São Paulo no jogo de hoje, contra o Olímpia, às 22h, em Assunção, Paraguai, pela Supercopa.
Cerezo, 40, volta ao time, após 18 dias, disposto a "mudar o astral do grupo" e mexer com os ânimos dos jogadores.
Ele quer a equipe "jogando mais e falando menos".
"Em um momento de dificuldade, os atletas não podem se omitir. Têm que assumir os seus erros. Não adianta culpar um ou outro. Todos precisam se dedicar mais", afirmou.
Segundo ele, os jogadores são-paulinos perderam "prestígio e dinheiro" nos últimos anos e não se deram conta.
"Temos que resolver esse problema dentro de campo, trabalhando. Não adianta falar besteira por aí. Basta um não pensar assim, que todo o grupo será prejudicado", disse.
Chamado de "mestre" pelos companheiros, Cerezo é considerado o "porta-voz" do técnico Telê Santana em campo.
Prestes a completar 24 anos de carreira, o jogador fez uma preparação especial para poder enfrentar o Olímpia hoje.
Sentindo uma contusão na panturrilha (barriga da perna) esquerda há 18 dias, ele passou a última semana em tratamento intensivo.
Na sexta-feira à noite, tomou antiinflamatórios e foi aconselhado a repousar no sábado e no domingo pelos médicos. Ontem, foi destaque no treino.
"Ainda sinto algumas dores, mas quero jogar de qualquer maneira", afirmou.
"Gostaria de contar com o Cerezo em todas as partidas. Mas só vou escalá-lo contra o Olímpia se ele estiver em totais condições", disse Telê.
O técnico são-paulino não esconde a sua admiração pelo veterano jogador.
"O time fica melhor com o Cerezo. O nível sobe. Ele dá uma estabilidade como poucos. Está sempre bem colocado e passa bem as bolas porque tem visão de jogo", disse Telê.

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