São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995
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Arbitragem

FÁBIO SORMANI

No duelo mais esperado até agora do Campeonato Estadual Masculino de basquete, o Polti-Blue Life bateu o Corinthians-Amway, no sábado passado, em Rio Claro. O duelo dos únicos invictos do campeonato deixou, sem dúvida alguma, o basquete brasileiro mais rico.
O Polti-Blue Life venceu o Corinthians-Amway por 97 a 84 e ficou como o único time a não perder, até agora, na competição.
O time corintiano, no entanto, saiu reclamando, especialmente Oscar Schmidt, a grande estrela.
Por quê? Segundo o "Mão Santa", a arbitragem arruinou os planos que o Corinthians traçou para vencer o time de Rio Claro.
Oscar tem razão, em parte, em suas reclamações. Em qual? A arbitragem brasileira precisa se uniformizar, porque, às vezes, apita de um jeito, às vezes, de outro.
Exemplos: a) o contato corporal em certo jogos é permitido e em outros, não; b) os três segundos no garrafão passou a ser algo fora de moda, mas, de repente, é apitado aos montes; c) às vezes, a arbitragem marca todas as andadas e, em outro jogo, a dupla esquece dessa regra e é uma viagem só nas quadras; d) o toco pode assim e não pode assado, mas, de repente, muda e é o inverso; e) etc.
No caso das reclamações de Oscar Schmidt, ele foi marcado duramente pelo time do Polti, ora por Askia Jones, ora por Ricardo Probst. De forma ilegal? Juro que eu não sei responder, porque, como disse anteriormente, às vezes, é algo permitido e, às vezes, não.
Como fazer? Com a palavra o presidente Paulo Cheidde, da Federação Paulista. Ou se uniformiza a arbitragem, ou corremos o risco de ver este momento raro passar batido e o basquete brasileiro voltar definitivamente para o brejo em que ele ainda luta para sair.
Bem, vamos ao jogo.
O grande duelo envolveu Oscar Schmidt e Askia Jones. Vamos aos números: 1) Oscar anotou 19 pontos (uma bola de três pontos), Askia, 18 (quatro bolas de três); 2) o norte-americano apanhou sete rebotes e o "Mão Santa", três; 3) Askia roubou três bolas e Oscar, nenhuma; 4) sete assistências para Askia e nenhuma para Oscar; 5) empate em um nos tocos.
Oscar Schmidt foi surpreendido pela arbitragem, que permitiu o contato corporal, algo com que o brasileiro não está muito acostumado, mas que Askia Jones, sim, uma vez que o basquete nos EUA é muito mais físico do que o praticado o resto do planeta.

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