São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995 |
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Obras inéditas de Joan Miró virão ao Rio
CRISTINA GRILLO
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Primeiro de Março, 66, centro do Rio, telefone 021/216-0237) Quando: de 12 de outubro a 17 de dezembro. De ter a dom, das 10h às 22h Quanto: entrada franca Um Miró mais maduro, despojado das cores vibrantes que marcaram o início de sua produção artística, estará em exposição no Centro Cultural Banco do Brasil (no centro do Rio) a partir do dia 12 de outubro. As obras -147 desenhos, 17 pinturas, seis esculturas e nove obras gráficas- foram feitas nas duas últimas décadas de trabalho de Joan Miró, que nasceu em Barcelona em 1893 e morreu em 1983. "É um trabalho diferente das gravuras, sempre muito coloridas, que tornaram a obra de Miró conhecida", explica Aina Bibiloni, diretora-adjunta da Fundação Pilar e Joan Miró de Palma de Mallorca, proprietária das obras inéditas da exposição. A maioria dos trabalhos foi feita depois de duas viagens que o artista fez ao Japão, nos anos 60. As cores primárias, base de suas gravuras, foram trocadas em grande parte das obras por um trabalho em preto e branco. A cor é utilizada em alguns desenhos, mas de uma maneira diferente, diluída. Os 147 desenhos jamais saíram da Espanha. Só foram expostos duas vezes na sede da Fundação, em Palma de Mallorca. O motivo é simples: os trabalhos estavam guardados em um dos quatro ateliês que Miró mantinha em Palma de Mallorca. Depois de sua morte, em 1983, os trabalhos passaram por um inventário só concluído em 1987. A partir daí, podiam ser catalogados, mas não havia um lugar onde o trabalho técnico pudesse ser feito. A viúva do artista, Pilar, cedeu então um terreno onde foi construída a sede da Fundação. "Só a partir de 1992 as obras começaram a ser catalogadas. Ainda há muita coisa inédita", diz Bibiloni. Os 147 desenhos inéditos podem ser divididos em três grupos. Há 37 desenhos originais e únicos, que não tinham a função de esboço. Em sua maioria utilizam jornais, papéis de embrulho e guardanapos como suportes para desenhos em grafite e lápis cera. O segundo grupo, de 13 desenhos, são colagens utilizando como base gravuras já impressas. Neste grupo fica clara a preocupação do artista com a reutilização de materiais. Sobre a base já utilizada, Miró desenha com grafite. Nenhum dos trabalhos desta fase tem título, data ou assinatura. O último grupo dos inéditos mostra 97 desenhos preparatórios -apresentam anotações sobre cores e medidas, o que sugere que seriam esboços de obras posteriores. Depois do Centro Cultural Banco do Brasil (onde fica até dia 17 de dezembro) a exposição "Miró - Caminhos da Expressão" segue para o Museu de Arte Moderna de São Paulo, onde ficará aberta ao público de 9 de janeiro a 15 de fevereiro de 1996. Texto Anterior: Crítico Raymond Bellour faz duas palestras em SP; Picasso e Matisse ilustram aula hoje na sala São Luiz; Vargas Llosa recebe prêmio literário italiano; Estilista faz livro sobre criações para Jackie Próximo Texto: Homenagem a Tarsila do Amaral inaugura hoje galeria em SP Índice |
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