São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 1995
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ONG diz que documentos desapareceram

DA ENVIADA ESPECIAL

O coordenador do grupo Tortura Nunca Mais de Goiás, Waldomiro Batista, afirmou que os principais documentos do arquivo do extinto Dops foram retirados antes de as caixas serem entregues à UFG (Universidade Federal de Goiás).
Batista disse à Folha que, em 1982, quando os arquivos foram transferidos da Secretaria de Segurança Pública do Estado para a 3ª Brigada de Infantaria Motorizada, foi informado de que os documentos ocupavam 18 armários.
O arquivo entregue à universidade coube em nove caixas de papelão, quatro delas usadas para embalar papel Chamex.
"Todo mundo sabe que Goiás enviou 3.000 homens para combater a Guerrilha do Araguaia. Não ter documentos sobre isso é um absurdo. Eles querem contar a história a conta-gotas", afirmou.
O ex-preso político Marcantonio Della Corte não encontrou documento algum sobre os seus cinco processos. "Na década de 60 eu cumpri pena de confinamento e ia todos os dias ao Dops para assinar presença. Não há um documento sobre isso", disse Corte.
A assessoria da 3ª Brigada de Infantaria Motorizada disse à Folha que o general Décio da Silva Gonçalves, comandante da brigada, considera o caso encerrado com a entrega dos arquivos.

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