São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 1995 |
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Juiz apóia colega que autorizou PM a atirar em menor
VANDECK SANTIAGO
Bueno autorizou ainda que os funcionários que fazem a guarda interna do local usem cassetetes. Existem 87 jovens infratores na instituição, que é chamada de presídio por se parecer com um -tem até celas. Os jovens foram transferidos para o presídio de Paratibe (região metropolitana de Recife) em agosto. Até então, eles ficavam em um prédio no centro de Recife. Em Paratibe já houve duas rebeliões. Para o juiz Figueiredo, se, ao procurar fugir, o jovem infrator não atender à ordem de "pare" e tentar pular o muro, ao policial militar encarregado de fazer a guarda externa do presídio não restará outra alternativa senão atirar. "Se ele não atirar, na próxima tentativa de fuga, em vez de um, virão 50, 60 jovens, porque vão entender que não há risco em tentar a fuga", disse Figueiredo. Medidas rigorosas Na opinião dele, são necessárias medidas rigorosas para evitar que "as rebeliões continuem se alastrando". "É preciso entender que nós não estamos tratando com crianças inofensivas. Entre os internados existem jovens de alta periculosidade, responsáveis por 11 rebeliões nos últimos nove meses", disse ele. O advogado Marcelo Santa Cruz, do Cendhec (Centro Dom Hélder Câmara de Estudos e Ação Social), entidade de defesa dos direitos humanos, considera que é preferível deixar o jovem fugir a atirar nele. "O bem da vida está acima de tudo. E não existe pena de morte no Brasil", afirmou. "Isso é demagogia. Aqueles que pensam assim deveriam hospedar em casa os internos de Paratibe", afirmou o juiz Figueiredo. Texto Anterior: Japonês reage a assalto no Rio e é jogado de bonde Próximo Texto: Polícia investiga ação do CV em São Paulo Índice |
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