São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 1995
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Presidente da Colômbia depõe sobre escândalo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Colômbia, Ernesto Samper Pizano, depôs ontem ao Comitê de Acusação da Câmara dos Representantes.
Samper sofre denúncias de que sua campanha eleitoral do ano passado foi financiada com dinheiro do cartel de Cali.
A acusação foi feita por Santiago Medina, o ex-tesoureiro da campanha de Samper preso em julho passado. Segundo ele, os traficantes doaram US$ 6 milhões, com o consentimento de Samper.
Heyne Mogollón, presidente do comitê, chegou ao Palácio do Governo, residência oficial de Samper, às 8h35 (10h35 em Brasília).
O interrogatório ocorreu a portas fechadas e durou horas. Foi acompanhado por um membro da Procuradoria Geral da República para avaliar sua imparcialidade, já que Mogollón pertence ao Partido Liberal, o mesmo do presidente colombiano.
Baseada no testemunho de Samper, a comissão poderá pedir ao Senado para investigá-lo ou arquivar o caso. A investigação pode levar ao impeachment de Samper.
"Se entrou algum dinheiro do narcotráfico em minha campanha, foi sem o meu conhecimento", afirmou Samper.
As denúncias de Santiago Medina também levaram à prisão o ex-ministro da Defesa Fernando Botero e Juan Manuel Avella -chefe e gerente da campanha de Samper, respectivamente.
Eles são acusados de falsificar documentos para ocultar supostas doações ilícitas para a campanha.
Na semana passada, o chileno Guillermo Pallomari, responsável pelas finanças do cartel de Cali por 15 anos, se entregou à agentes da DEA (agência de combate ao tráfico de drogas dos EUA).
O depoimento de Pallomari, segundo a polícia, ratificaria as denúncias de Medina.

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