São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
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Orçamentista atira em ex-mulher e se mata

DA REPORTAGEM LOCAL

O orçamentista Carlos Alberto Galante, 41, atirou em sua ex-mulher, a secretária Aparecida Valino Galante, 39, anteontem, às 20h30, e, em seguida, se matou com um tiro na cabeça. O crime aconteceu na rua Corredeira, na Saúde (zona sul de São Paulo).
Aparecida foi levada para o Hospital São Paulo, onde permanecia internada até a tarde de ontem. Ela não corria risco de vida. A bala acertou suas costas e, segundo os médicos, Aparecida poderá ficar paraplégica.
A secretária e o orçamentista foram casados por 16 anos. Eles tiveram uma filha. Há uma mês e meio, ela pediu a separação.
Na tarde de ontem, Galante telefonou para sua ex-mulher, que estava na casa da avó Dolores Esteves Valino, 75, onde iria passar o Reveillon.
Ele teria dito que queria visitar a ex-mulher para desejar "feliz ano novo". Teria afirmado também que estava preparando uma surpresa para Aparecida.
A secretária teria concordado com a visita. Além de Dolores, também estava com Aparecida a filha do casal, a estudante Tatiana Roberto Galante, 16.
Segundo a polícia, Tatiana disse que seu pai chegou na casa e conversou com sua mãe em uma sala e, em seguida, os dois foram para o quintal da casa, onde permaneceram por alguns minutos.
A estudante não soube dizer se eles discutiram. De repente, o orçamentista teria sacado um revólver e apontado para a ex-mulher. A secretária tentou fugir correndo.
O ex-marido apertou o gatilho e acertou um tiro nas costas de Aparecida. Após esse disparo, Galante mirou a arma para a própria cabeça e disparou.
A Polícia Militar foi chamada e encontrou o casal caído no quintal. Os dois foram levados pelos policiais para o pronto-socorro do Hospital São Paulo, na Vila Mariana (zona sul). Galante morreu antes de ser medicado. Sua mulher foi operada.
Inquérito
O 16º DP instaurou inquérito para apurar o caso e deverá, nesta semana, tomar os depoimentos das testemunhas, dos familiares do casal e da secretária. Mesmo com o suposto assassino morto, a Justiça exige que as informações do caso sejam colhidas formalmente.
O distrito policial pediu ao Instituto de Criminalística um laudo para saber se há vestígios de pólvora nas mãos do orçamentista -o que provaria que ele disparou a arma. Os policiais também querem saber de quem era o revólver usado no crime.

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