São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
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Público se emociona em festa para Tom Jobim

AZIZ FILHO CLÁUDIA MATTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Às 22h45 do último dia de 1995, quando sambistas da Mangueira subiram ao palco montado pela Prefeitura na praia de Copacabana (zona sul), o Rio acabara de assistir a um dos mais solenes e emocionantes shows populares da música brasileira.
Seis ídolos da MPB - Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Milton Nascimento, Gilberto Gil e Paulinho da Viola - interpretaram, por uma hora e 40 minutos, 25 canções do maestro Tom Jobim, morto há um ano.
O tom solene do espetáculo só foi quebrado quando os astros, emocionados, desceram do palco para se misturar, no tablado que os separava do público, a bateristas, baianas e passistas da Mangueira.
A escola homenageou Tom Jobim no Carnaval de 1992 com o samba-enredo "Se Todos Fossem Iguais a Você...".
Entre 21h05, quando Gil abriu a noite com uma música que acabara de fazer em homenagem a Jobim, e 22h45, quando os seis cantaram "Piano na Mangueira", o público vibrou e chorou com os astros em vários momentos.
Um deles foi quando Gal apresentou "Águas de Março" em parceria com Daniel Jobim, 22, neto de Tom. A voz de Daniel foi confundida com a do avô, emocionando platéia e cantora.
Quando Gal cantou "chega mais perto, moço bonito", verso inicial de "Gabriela", Caetano entrou no palco e se aproximou para o dueto. Na platéia, aplausos e gritos histéricos.
Houve outra sessão de gritos quando Chico apareceu para duelar com Caetano em "Anos Dourados".
Caetano foi às lágrimas com Milton Nascimento em "Eu Sei Que Vou Te Amar". Os seis astros se juntaram em "Lamento", "O samba do Avião" e "Piano na Mangueira".
Durante a queima de fogos, o momento mais aplaudido pelo público foi a cascata do hotel Méridien. Entre as novidades, a que mais agradou foi um chafariz de fogos, do Copacabana Palace.
As 200 toneladas de fogos de artifício -o dobro do utilizado no último réveillon- levaram uma multidão para a praia e praticamente não havia espaços vazios.
Como os acessos a Copacabana estavam fechados para carros particulares, apenas táxis e ônibus puderam circular na região.
O esquema da Secretaria da Segurança contou com 1.600 policiais em Copacabana. Nenhuma ocorrência grave foi registrada.
O tempo também ajudou. A tão temida chuva só chegou ao Rio ontem.

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