São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Paulista-96 será movido a grandes desafios

MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O torcedor terá excelentes motivos para acompanhar bem de perto o Campeonato Paulista de 96. Além de se afigurar como um dos mais equilibrados dos últimos anos -Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos parecem todos, uns mais, outros menos, em condições de brigar pelo título-, terá a movê-lo uma série de grandes desafios.
Ao Palmeiras, por exemplo, caberá a tarefa de mostrar à sua torcida que o ano de 95 não passou de um hiato na fase de grandes conquistas iniciada em 93, fruto da parceria com a Parmalat.
No ano passado, o Palmeiras pareceu a mais perfeita expressão do velho ditado de que quem tudo quer tudo perde. A temporada que deveria terminar com a conquista do Mundial interclubes acabou em frustração pelos títulos perdidos.
Agora, revigorado pela volta de Wanderley Luxemburgo, comandante do bi paulista e brasileiro em 93/94, e pelas contratações de Luizão e Djalminha, o time começa o ano com pinta de favorito -e o título estadual daria novo alento ao Projeto Tóquio idealizado para 97.
No São Paulo, a ordem não pode ser outra senão apagar da memória os dois últimos anos e começar de novo, tentando um reencontro com as glórias de não muito tempo atrás. Telê Santana terá, talvez, sua última oportunidade de provar que ainda pode fazer do time um campeão -coisa de que até os são-paulinos mais gratos a Telê começam a duvidar.
O Santos, ao contrário, precisará justamente manter o nível com que encerrou o ano e provar que os bons tempos estão mesmo de volta. O problema seria um eventual choque entre a política de "pés no chão" e o desejo de ascensão financeira de seus profissionais. Nesse processo, o afiado conjunto do Brasileiro-95 pode se desmilinguir, principalmente se perder o maestro Giovanni para algum clube mais mão-aberta.
O grande desafio corintiano não caberá à equipe, mas a um jogador: Edmundo. Dono de talento incontestável, ele terá de provar, no Parque São Jorge, sua capacidade de recuperação não apenas futebolística -não conseguiu vingar no Flamengo-, mas, sobretudo, emocional, depois do furacão por que passou em sua vida com o acidente no Rio.
Haverá, ainda, desafios menos visíveis: Valdir Espinosa tentando provar na Portuguesa, após uma passagem sem brilho pelo Palmeiras, a capacidade que já revelou em outros Estados; o Botafogo de Ribeirão Preto lutando para mostrar que sua classificação à Série A-1 não dependeu de "forças ocultas"; e por aí vai...
Tudo, enfim, conspira para que tenhamos um Campeonato Paulista no mínimo muito interessante.

Hoje, excepcionalmente, deixamos de publicar a coluna de Matinas Suzuki Jr.

Texto Anterior: OS VENCEDORES
Próximo Texto: Dois mundos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.