São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Atração fatal; Fome e vontade de comer; Xadrez tridimensional; A cobrar; Dicionarizado; Mui amigo; A desculpa; Vai sobrar; Time que está ganhando; Orçamento de versade; De contrabando; Telefone sem fio; Peixe fora d'água; Esqueceram de mim; Novos tempos; No vácuo; Dólares paranaenses

Atração fatal
O PSDB insiste na idéia de formar um bloco na Câmara e se tornar o maior partido. Apesar da previsível reação do PFL, os tucanos têm estimulado o flerte iniciado pelo PTB -que, hoje coligado aos pefelistas, lhes dá maioria.

Fome e vontade de comer
De um lado, Andrade Vieira, balançando na Agricultura, acenou para o PSDB em busca de apoio no cargo. De outro, os tucanos se dizem cansados do mando e desmando de PFL e PMDB nas comissões e relatorias da Câmara.

Xadrez tridimensional
O PPB, segunda opção do PSDB na tática de fazer ciúmes ao PMDB e ao PFL, também não gosta do flerte entre petebistas e tucanos. De olho na Agricultura e Indústria e Comércio, ameaça fazer um bloco com os pefelistas.

A cobrar
Enquanto avaliam ser muito difícil a aprovação da CMF de Jatene na Câmara, líderes governistas dizem ainda haver chance de aprovar a reeleição também para prefeitos. É um modo de manter Maluf do lado do Planalto.

Dicionarizado
Após a flexibilização, surge em Brasília novo neologismo: repactuação. Define a luta dos partidos por cargos no governo e tem sido usado para justificar mudanças no time de FHC, alegando desproporção na representação.

Mui amigo
Com medo de perder espaço no poder, caciques de partidos alojados na equipe ministerial sugerem que FHC só tem uma saída para abrir as portas ao PPB sem causar um terremoto: sacrificar alguns amigos. Vai ser difícil.

A desculpa
Está quase montado o cenário para a reversão da condenação do Sivam no Senado. O relatório da Aeronáutica contestando o TCU está sendo transformado no "fato novo" que permitirá a alguns senadores mudarem de posição.

Vai sobrar
Pergunta ouvida anteontem entre parlamentares de partidos governistas, preparada para asfaltar o caminho de descrédito do parecer do TCU contra o Sivam: "Mas quem audita os auditores?"

Time que está ganhando
Interlocutores de FHC ouviram do presidente uma defesa intransigente da atual política econômica. O que implica a manutenção dos níveis de juros e câmbio -para desespero de setores do governo.

Orçamento de verdade
Relator do Orçamento de 96, Iberê Ferreira convidou Serra -responsável pelo projeto do Executivo- para uma reunião com a comissão do Congresso. Os parlamentares querem uma previsão mais realista das receitas.

De contrabando
Em decisão inédita, a Suprema Corte do Paraguai deu sentença favorável à brasileira Souza Cruz que tinha uma de suas marcas de cigarros copiada no Paraguai e "exportada" para o Brasil. O tribunal proibiu o uso da marca Ritz.

Telefone sem fio
Os presidentes FHC e Juan Carlos Wasmosy trocaram sinais de satisfação na semana passada diante da decisão da Suprema Corte do Paraguai. Vai ao encontro da tentativa de diminuição do contrabando entre os dois países.

Peixe fora d'água
Em ano de Olimpíada, FHC recebe no dia 12 os nadadores Gustavo Borges e Fernando Scherer, o Xuxa. Pode aproveitar para pedir dicas para executar os 500 metros que, segundo diz aos amigos, nada todo dia pela manhã.

Esqueceram de mim
Anunciado por Paes de Andrade durante a semana de seu surto oposicionista, o jantar que o peemedebista ofereceria a presidentes de partidos de oposição pode ter uma cadeira a menos: José Dirceu (PT) ainda não foi convidado.

Novos tempos
O "Diário Oficial da União" vai ganhar uma versão eletrônica: será publicado na Internet, a rede mundial de computadores. Já tem até um anúncio na página do Ministério da Administração.

No vácuo
O PT acha que vai ter, na volta do Congresso, o espaço que não teve em 95. Aposta que os partidos governistas não chegarão a acordo em torno da proposta de reforma da Previdência e prepara a sua como alternativa.

Dólares paranaenses
O governo do Paraná comemora cerca de R$ 1,2 bi de financiamentos externos em 96. R$ 815 milhões vêm do BID e do Bird para pequenas cidades e agricultura. O Japão dará R$ 391 milhões para obras ambientais.

TIROTEIO
De Delfim Netto (PPB-SP), sobre o Orçamento de 96 enviado pelo governo ao Congresso com a receita superestimada:
- O governo Fernando Henrique Cardoso prossegue na tradição do orçamento fantasia. Agora é colorido e de bico grande.

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