São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Aprovação a FHC não fortalece tucanos

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

A estabilização da economia e a aprovação ao primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso não têm fortalecido o partido do presidente, o PSDB, na disputa pelas prefeituras das capitais.
Pesquisa de intenção de voto realizada em dezembro pelo Datafolha em 11 capitais mostra que, a dez meses do primeiro turno das eleições, os tucanos têm chances de vitória em Curitiba (PR), Campo Grande (MS) e Goiânia (GO).
Em São Paulo (SP) -Estado onde o PSDB surgiu-, Salvador (BA), Florianópolis (SC), Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG), os tucanos nem sequer chegariam a disputar o segundo turno das eleições.
Nas eleições de 1994, os tucanos consolidaram o partido na maioria dos Estados. Além da Presidência da República, o PSDB conquistou os governos de São Paulo, Rio, Minas, Sergipe e Pará e ajudou a eleição de aliados como Antônio Britto (PMDB), no Rio Grande do Sul.
O PFL do senador Antônio Carlos Magalhães é o partido que mais aparece na pesquisa Datafolha. Os pefelistas estão entre os mais citados em seis capitais nas diversas simulações feitas pelo Datafolha.
Embora seja o mais citado, o PFL não lidera a pesquisa em Salvador, principal reduto de ACM e do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães.
As eleições estão marcadas para 3 de outubro. Nas cidades com mais de 200 mil habitantes, está previsto segundo turno para 15 de novembro se nenhum candidato conquistar metade mais um dos votos válidos.
A aprovação ao governo FHC aparece em pesquisa Datafolha divulgada no último domingo. O governo é considerado ótimo ou bom por 41% dos entrevistados contra 36% em janeiro de 95, um mês depois da posse de FHC.
Na capital de Minas, Belo Horizonte, o Datafolha mostra que a disputa está dividida, com pequena vantagem para Maurício Campos (PL), que chega a atingir 29% das intenções de voto.
A situação se equilibra quando é apresentada uma lista onde constam os nomes de Virgílio Guimarães, da coligação PT/PSB, e o candidato Aécio Neves (PSDB).
Nesse quadro, os demais candidatos perdem força junto à população, equilibrando a disputa.
A pesquisa em Minas revela ainda que, quando indagados espontaneamente em quem gostariam de votar, a maioria absoluta (70%) ainda não tem candidato a prefeito definido.
Candidata derrotada nas eleições ao governo de Santa Catarina em 94, Ângela Amin (PPB) é a preferida na disputa em Florianópolis. Nas duas situações apresentadas ao eleitor, Ângela obtém 40% e 42%, respectivamente, das intenções de voto.
O candidato que mais se aproxima da primeira colocada é Edison Andrino (PMDB). Em sua melhor taxa, o virtual candidato a prefeito de Florianópolis atinge 28%.
Em todas as situações apresentadas ao eleitor de Recife, o nome do candidato não está sendo empecilho para o PFL sair na frente.
O deputado pefelista Roberto Magalhães, porém, levaria mais vantagem do que seu colega de partido Joaquim Francisco em relação aos segundos colocados.
O virtual candidato mais próximo dos pefelistas na pesquisa Datafolha é o senador Roberto Freire (PPS). Nas duas simulações, ele aparece em segundo lugar, com 14% e 15%.
Numa das capitais onde o PSDB é favorito, Campo Grande, Maurício Picarelli aparece com índices de 30% e 31% das intenções de voto, seguido por Pedro Pedrossian (PTB), que atingiu taxas entre 27% e 28%.
Como tem ocorrido nas últimas eleições no Rio Grande do Sul, o PT aparece entre os favoritos. Os petistas têm ligeira vantagem na corrida pela Prefeitura de Porto Alegre.
A maior vantagem dos petistas aparece na situação onde são apresentados os nomes de Raul Pont (PT), Maria do Carmo (PPB), Jair Soares (PFL) e Yeda Crusius (PSDB). Pont atinge 26%. Em outra simulação, o petista José Fortunatti atinge 20% e garante o primeiro lugar.
Nion Albernaz (PSDB) foi o virtual candidato que teve o melhor desempenho em todas as situações apresentadas em Goiânia, com índices que variaram entre 28% e 35%.
Na capital do Paraná, Curitiba, Carlos Simões (PSDB) aparece em primeiro lugar. Chega a atingir 43% em uma das simulações apresentadas. No PDT, partido do governador Jaime Lerner, na melhor situação aparece Algaci Túlio.

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