São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Gravura 'enganou' por 80 anos

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Foram necessários mais de 80 anos para estabelecer que a gravura da cabeça de um cavalo, feita em um pedaço de osso, não era pré-histórica. O "osso de Sherborne" era considerado um bom exemplo de arte paleolítica (a "era da pedra lascada").
Hoje se sabe que o osso encontrado na cidade britânica tem apenas algumas centenas de anos e que a gravura pode ter sido feita com um instrumento de metal.
A revelação foi feita por uma equipe de cinco pesquisadores e está descrita em um artigo publicado recentemente na revista britânica "Nature".
Os pesquisadores, liderados por Christopher Stringer, do Departamento de Paleontologia do Museu de História Natural de Londres, estudaram o osso -um pedaço de costela de um mamífero não-identificado- com microscópios óticos, fizeram análises químicas e testes de datação de radiocarbono.
"Nós apenas podemos dizer com certeza que, se a datação de radiocarbono for precisa -e não temos motivo para duvidar que seja-, então a gravura não pode ter mais que algumas centenas de anos", disse Stringer à Folha.
Ele dá uma pista do que pode ter acontecido. O cavalo é parecido com uma gravura feita por Boyd Dawkins no livro de Creswell Crags, de 1880, sobre pré-história nas ilhas britânicas. O livro estava disponível em 1911 na escola de Sherborne -e pode ter servido de modelo para a gravura do osso, afirma Stringer.
(RBN)

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