| São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996 |
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gente que manda
MARIO VITOR SANTOS o importante é que todos se acostumem a decifrar seu humor por meio da cor do rosto ou da saliência variável da carótidaO início do ano é uma boa época para demolir hábitos inúteis e que já tenham se tornado sufocantes demais para serem suportados, na vida pessoal e profissional. Sendo este o seu caso, antes de mudar atitudes que possam ter repercussões práticas, pondere as implicações com atenção. Só depois de você se convencer de que está disposto a arcar com eventuais consequências, reúna a coragem que conseguir e prepare-se para sabotar de vez o emaranhado de mesquinhez diuturna e ultrapassar o círculo de mediocridade consolada que recobre sua vida. Respire fundo e prepare-se. O caminho para o sucesso implica, em síntese, que você seja mais agressivo. É provável que você experimente muitas emoções, o estímulo vital renascendo: você vai botar o seu na reta, porém. Um bom começo pode ser descobrir o segredo das pessoas mais bem-sucedidas nos negócios, aquelas que já não se restringem a seguir planejamentos. Por seus méritos, elas desenvolveram em torno de si um grau de confiabilidade e respeito que as habilita a ter sua própria estratégia pessoal no trabalho. Líder que é líder entende a força das atitudes estranhas. Elas fazem parte do seu carisma. Ser excêntrico, misterioso, esquisito, singular, imprevisível são virtudes mais ou menos implícitas de toda personalidade vitoriosa. Dos loucos também, é verdade, o que fascina ainda mais. Bem usada, a fera que mora aí dentro pode dar sinais de que você atinge alturas inacessíveis aos mortais. Se bem usados, os caprichos contam pontos, têm charme. Seres humanos comuns ocupam a cabeça com uma ou duas preocupações recorrentes. Já nos espíritos poderosos, essas quinquilharias ricocheteiam. Eles são capazes de atingir um patamar especial de concentração, um foco de poder mental que magnetiza a todos. Bons subordinados se acostumam a decifrar o que o chefe pensa por uma expressão, um olhar. Aliás, a vida desse tipo de chefe costuma ser o principal assunto nas rodinhas subalternas. No grupo seleto, só entra quem modular sua ira. Na hora adequada, entretanto, não vacile, despeje o desgosto com abundância. Você será amado por isso. O importante é que, com o tempo, todos se acostumem a decifrar seu humor por meio da cor do rosto ou da saliência variável da carótida. Seja que tática usar, demande sempre, principalmente atenção. Se você já chegou lá, aproveite. Faça os outros se sentirem bem por estarem gastando tempo maior do que o necessário para ouvi-lo. Conselhos em geral são inócuos e estes podem implantar o desastre. Se não derem certo, você pode consolar-se com Oscar Wilde: "Experiência é o nome que todos dão para seus erros". Texto Anterior: a dieta que pode matar Próximo Texto: estranho amor pelas mulheres Índice |
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