São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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CARTAS

"Tenho um Tipo 94, com 33.600 km. No dia 23 de abril, durante uma viagem, o carro parou de funcionar. Precisei utilizar o serviço de um guincho. No dia seguinte a concessionária me informou que a bobina de ignição havia queimado. Cobraram R$ 392,98 pelo serviço. Liguei para a Fiat, solicitando a devolução do pagamento. Depois de alguns dias, disseram-me que o ressarcimento já tinha sido aprovado, mas a revenda não recebeu nenhuma autorização da fábrica. Liguei novamente para a montadora e me informaram que não mais iriam arcar com as despesas, porque o carro estava fora da garantia. Se as peças vieram com problemas de fabricação, e a Fiat provavelmente sabia disso, porque não foram trocadas durante as revisões no período de garantia?"
(Walter Correa - São José do Rio Preto, SP)
A Fiat informou que no dia 28 de novembro contatou o cliente e esclareceu que a garantia solicitada não seria fornecida porque o proprietário não havia cumprido o plano de revisões obrigatórias estabelecido pela fábrica.

"Comprei um Peugeot 405 SRi em dezembro de 93, na concessionária Classic. Depois de alguns meses, bati o carro em uma placa de sinalização e o radiador do veículo furou. O carro ficou na revenda Classic durante 45 dias, esperando a peça de reposição, que foi encomendada na França. No dia 24 de março, ao passar por um quebra-molas, o cárter furou. O carro foi levado à Opera Veículos, e o conserto demorou mais 20 dias. Depois desses inconvenientes, o carro já voltou à concessionária com problemas na embreagem, vazamento de óleo e barulhos na parte traseira. Além disso, ainda entra água no porta-malas e falta um parafuso na roda dianteira.
(Itamar Almeida Souza - Londrina, PR)
A Peugeot esclareceu que os defeitos relatados pelo cliente ocorreram depois de um acidente com o veículo. Por isso, afirma a Peugeot, não se trata de nenhum defeito de fabricação nos componentes citados. A montadora francesa informou ainda que a sua rede de concessionárias se encontra à disposição do cliente para sanar possíveis pendências.

"Todas as vezes que saio de meu Corsa recebo um choque elétrico ao encostar na porta. Quando consigo fechar o carro sem encostar na lataria, recebo também um choque ao me apoiar em outra pessoa ou mesmo no portão da garagem."
(Márcio Nery de Souza Campos - Marília, SP)
A General Motors esclarece que a descarga elétrica é decorrente da eletricidade estática acumulada no veículo ou no ocupante. Segundo a montadora, os choques podem ocorrer por causa do atrito do veículo com o vento ou da roupa do ocupante com o estofamento do carro. No primeiro caso, explica a fábrica, a eletricidade se acumula no veículo e nele permanece porque os pneus o isolam do chão. A descarga ocorre quando o motorista toca o piso com os pés e a carroceria com as mãos, atuando como condutor elétrico. No segundo caso, segundo a montadora, a eletricidade está acumulada no próprio ocupante, e a descarga é transmitida ao ser tocada uma parte metálica do veículo. A GM esclarece ainda que, apesar de prever esses fatos, fabricando estofamentos com material que não acumula eletricidade, outros fatores podem ocasionar os choques: roupas de fibras sintéticas ou uso de material plástico para proteger o estofado, por exemplo. Os choques, conclui a montadora, são fenômenos normais e não constituem qualquer anomalia do veículo.

"O manual da F-1.000, ano 93, pede a retirada do filtro da bomba alimentadora para limpeza. Durante essa operação, verifiquei que o filtro estava danificado. Segundo a Ford, a bomba é blindada e o filtro não é vendido em separado. Gostaria de saber como se explica a recomendação da retirada do filtro para limpeza."
(Adeilson Ramos Pinto - Ipatinga, MG)
A Ford esclareceu que, na ocasião da reclamação do cliente, o filtro da bomba alimentadora não estava disponível separadamente. Segundo a montadora, foi reavaliado junto ao fornecedor o desmembramento do conjunto. Atualmente, a peça já é vendida com seus componentes em separado.

"Tenho uma Parati 95 com 12 mil km rodados. No mês de novembro, levei o carro à revenda Vila Romana, para revisão dos 10 mil km. Encaminhei ainda uma reclamação apontando a existência de pequenos pontos de ferrugem, presentes por todo o carro. A revisão foi feita, mas os pontos de ferrugem não foram sanados. A concessionária atribui isso à exposição, por longo período, do carro no pátio da montadora. Por isso, me ofereceram um produto para polir o veículo. Apesar de não ser bacharel em direito, cabem à Volkswagen, que permitiu que o carro saísse do seu pátio nessas condições, à Cibramar, por ter vendido um automóvel nesse estado, ou ainda à Vila Romana, onde foi feita a reclamação, tomar providências sobre o caso.
(Mitsugu Takaki - São Paulo, SP)
A Volkswagen informou que, por meio de um de seus representantes técnicos, será feita avaliação no veículo do cliente e, em breve, ele será contatado para agendar uma data para a execução do serviço.

"Peguei emprestada uma Pampa L, ano 94, com 44 mil km rodados, recém-saída de uma revisão em uma oficina comum. Rodei 40 km com o carro, em velocidade média de 100 km/h. Na volta, ao ligar o motor do carro, percebi um barulho estranho, que sumia com alguns segundos de funcionamento. Antes de devolver o carro, ao ligar outra vez o motor, novamente o tal ruído surgiu. No caminho, com todos os instrumentos acusando funcionamento normal, o motor fez um barulho terrível, como louça quebrando, e parou. Ao descer do carro vi um rastro de óleo na pista e, ao abrir o capô, havia dois buracos no bloco do motor. O resultado foi perda total do motor. Os técnicos das concessionárias locais não conseguiram explicar o estrago. Gostaria de encontrar uma razão para o ocorrido."
(André Luiz Monteiro da Silva -Aparecida de Goiânia, GO)
A Ford disse que, conforme relato do leitor, os serviços de revisão do veículo foram executados fora da rede de distribuidores. A montadora informou, ainda, que esse fato a impossibilita de qualquer parecer sobre a ocorrência.
A Folha entrou em contato com o mecânico Luiz Yoshimura. Ele esclareceu que geralmente ocorre o furo no bloco do motor quando a biela sai de seu curso normal e vai de encontro ao bloco. Mas, segundo Yoshimura, apenas com uma análise mecânica completa será possível detectar o que pode ter causado o deslocamento da biela.

MANUAL DO PROPRIETÁRIO
Os interessados em manuais da Ford devem escrever para av. Maria Coelho Aguiar, 215 -Cenesp-, CEP 05804-900, Santo Amaro, SP, CPI 9.308, anexando à carta uma cópia do certificado de propriedade do veículo. Fiat, Volkswagen e GM recomendam a procura junto à rede de revendedores.

PARA ESCREVER
Envie sua carta para a Folha (Redação - Veículos), al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, CEP 01202-900, Campos Elíseos, São Paulo, SP. Não esqueça de colocar nome completo, endereço e telefone, para verificarmos se seu problema foi resolvido. As cartas só serão respondidas nesta seção.

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