São Paulo, terça-feira, 9 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PF abrirá inquérito contra três agentes

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O delegado da Polícia Federal Galileu Pinheiro deverá pedir a abertura de inquérito disciplinar para punir os três policiais envolvidos com o "grampo" no telefone do embaixador Júlio César Gomes dos Santos, ex-chefe do cerimonial do Palácio do Planalto.
Galileu Pinheiro preside a sindicância aberta por ordem do ministro da Justiça, Nelson Jobim, para apurar o caso.
No inquérito disciplinar, os envolvidos podem sofrer penas que vão desde a suspensão por mais de 30 dias até a demissão.
O inquérito deverá ficar com o presidente da Comissão Disciplinar da Polícia Federal, delegado Ivo Valério dos Santos, que atualmente está na Coordenação Central Judiciária, a corregedoria da instituição.
Nas conversas "grampeadas" pela PF, há supostos indícios de tráfico de influência do embaixador a favor da empresa norte-americana Raytheon para instalação de radares do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
Falta administrativa
Assessores da PF afirmaram que, no inquérito, não é esperada a demissão dos envolvidos -o delegado Mário José de Oliveira Santos e os agentes Cláudio Mendes e Paulo Chelotti, este irmão do diretor do órgão, Vicente Chelotti.
Segundo os assessores, os envolvidos praticaram apenas uma "falta administrativa" por terem vazado a fita do "grampo" e o resumo das degravações ao ex-presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) Francisco Graziano. O vazamento acabou provocando a queda de Graziano do cargo.
Os assessores explicaram que os casos de demissão atingem funcionários envolvidos em crimes de desvio de recursos, envolvimento com narcotráfico, crime organizado ou recebimento de propinas. Nunca por vazamento de documentos internos.

Texto Anterior: BC conclui sindicância, mas não aponta culpados
Próximo Texto: PMDB ameaça emperrar reformas de olho na urna
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.