São Paulo, terça-feira, 9 de janeiro de 1996
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Relatório ainda deixa questões por responder

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Aeronáutica não conseguiu ainda responder a todas as irregularidades apontadas pelo TCU no projeto Sivam.
O relatório de 139 páginas apresentado ontem pelo ministro Lélio Lôbo a um grupo de senadores afirma que as respostas, "ainda em elaboração serão entregues tempestivamente".
O documento, obtido pela Folha, contesta parte das conclusões parciais do TCU, apesar de reconhecer que foram constatados procedimentos administrativos sem as formalidades usuais, que indicam "possíveis erros à primeira vista" na montagem do programa.
O Ministério da Aeronáutica insiste, em defesa do projeto, em que muitas das despesas consideradas irregulares pelo TCU não foram executadas. Teriam sido "glosadas ou expurgadas".
Antes de serem entregues aos senadores, os documentos produzidos por uma equipe do órgão de controle interno do Ministério da Aeronáutica passaram pelas mãos do presidente Fernando Henrique Cardoso. FHC ficou satisfeito.
Além das 139 páginas reservadas de resposta ao TCU, Lélio Lôbo submeteu ao Senado um terceiro documento explicando passo a passo a escolha da Raytheon.
O documento informa que o desempate entre a Raytheon e a empresa francesa Thomson ocorreu na análise das propostas de financiamento, que teria consumido 5.290 horas de trabalho.
A Raytheon ganhou o negócio, segundo o texto, porque garantia o fornecimento de equipamentos sem reajustes de preços e, principalmente, porque sua proposta de financiamento não previa a emissão de títulos públicos no mercado externo no valor de US$ 370 milhões, como a Thomson.
As taxas de juros fixadas pelo Credit Lyonnais e pelo Eximbank americano são as mesmas (6,92% ao ano). Esses bancos eram responsáveis pela maior parcela do financiamento.

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