São Paulo, terça-feira, 9 de janeiro de 1996 |
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"A água é pior que o fogo"
DA REPORTAGEM LOCAL Quando o aposentado Luiz Gonzaga de Oliveira, 76, ouve um trovão, sua primeira reação é erguer todos os móveis da casa. Na enchente da última quarta-feira, a água invadiu a sala e os quartos e atingiu uma altura de 70 cm."A água tem uma fúria, é pior que o fogo. Ela vem chegando e a gente nunca pensa que vai invadir tudo", diz Gonzaga, que trabalhou por 39 anos como agente de saneamento da saúde pública. Ele mora com a mulher, um filho e duas empregadas na rua Ricardo Dault, no Ipiranga (zona sul). Um problema após a chuva foi a falta de informação. Uma das secretárias teve febre e vômitos. "Ouvimos boatos de que haveria vacinas que deveriam ser tomadas após a enchente. Liguei no sábado para postos de saúde, Vigilância Epidemiológica e Defesa Civil e não havia de plantão nenhuma pessoa para dar esse tipo de orientação", diz Luiz Alexandre de Oliveira, 35, filho de Gonzaga. A Secretaria Municipal da Saúde informou que seus postos funcionam de segunda a sexta-feira e que não há um telefone para que a população possa obter esse tipo de informação nos fins-de-semana. A empregada de Gonzaga foi levada a um pronto-socorro. Ela não estava com leptospirose. Seu diagnóstico foi de gripe. Texto Anterior: Maluf vetará Fundo de Auxílio Próximo Texto: Cai movimento no litoral norte Índice |
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