São Paulo, terça-feira, 9 de janeiro de 1996
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Documentário põe mais QI na TV paga

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Além de filmes ou transmissões esportivas, quem é assinante de TV paga poderá assistir hoje à noite a programas sobre Roma ou corujas, movimentos místicos ou vinhos de Bordeaux.
São os documentários, que não representam propriamente o grosso da programação das empresas que operam nesse ramo da mídia.
Mas a TV paga parte do princípio de que seu mercado é formado por pequenos segmentos de público, e que um deles é o bastante curioso para conceber o conhecimento como forma de lazer.
A tendência é mundial. O canal Discovery, só de documentários e com sinais distribuídos no Brasil pela Net e pela TVA, possui 94 milhões de assinantes (5 milhões na América Latina).
Em termos brasileiros, o GNT -canal da Globosat, que a exemplo da Net é também ligado às Organizações Globo- aplica a fórmula de uma programação baseada em documentários e programas especiais de telejornalismo.
Letícia Muhana, responsável pelo canal, disse à Folha que deverá comprar, em 1996, entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões em documentários estrangeiros. É bem mais que o dobro de seu borderô para importações de 1995.
O Superstation, canal veiculado para os assinantes da TVA (Grupo Abril) entra em seu quinto ano de programação com cinco episódios semanais da série "The Nature of Things", produzido pela CBC (TV canadense) e apresentado pelo geneticista David Suzuki.
O documentário se integra à rotina de outro canal não-especializado nesse gênero de exposição aprofundada dos assuntos e de contextualização histórica. Trata-se da ESPN-Brasil, um outro canal exclusivo da TVA.
Um dos seus responsáveis, José Trajano, dá como exemplo a série de seis programas, em 1995, sobre os 25 anos da Copa do México.
O fato de os canais brasileiros de TV paga entrarem na produção pode teoricamente reproduzir, em escala menor, o que aconteceu nos Estados Unidos a partir de julho de 1985, quando Discovery iniciou suas operações.
Tornou-se em três anos o maior comprador de produtos e dinamizou um mercado até então formado praticamente só por TVs universitárias. O Discovery deverá investir neste ano US$ 160 milhões em 1.627 horas de programas.

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sobre documentários à pág. 5-4

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