São Paulo, terça-feira, 9 de janeiro de 1996
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Livro detalha passado obscuro

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

Em 1994, o escritor Pierre Péan revelou, para o grande público, rumores que sempre circularam entre a elite política e intelectual sobre François Mitterrand.
O presidente francês, além de ter trabalhado para o regime francês de Vichy, o governo da França ocupada pelos nazistas, permanecera amigo de chefes da polícia que caçava judeus. O livro, "Une Jeunesse Française" ("Uma Juventude Francesa") foi um escândalo.
O sargento François Mitterrand, 24 anos, foi ferido em combate contra os nazistas em 1940, na Segunda Guerra. Escapou da prisão alemã e, em 1943, estava na Resistência. Participou da organização da França libertada.
Mas Mitterrand nunca contou ou renegou publicamente o que havia acontecido nos três anos de intervalo. Ou por esconder que, por toda vida, teve contatos com policiais colaboracionistas.
"Quando alguém morre, pensamos sempre na falta do último encontro. A última vez que o vi foi em fevereiro de 1995. Não foi um dia feliz. Ele estava ferido pelo que escrevi, o que ele negava. Queria tê-lo visto de novo", disse ontem Péan diante da casa de Mitterrand, aonde tinha ido assinar o livro de condolências.
"Ele sempre foi muito cortês. Deu-me entrevistas, apesar de perguntar se o livro seria útil. Acho que ele não tinha idéia da polêmica que o livro provocaria."
(VTF)

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