São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 1996 |
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Leia a íntegra de FHC no rádio Esta é a íntegra do pronunciamento de FHC: Neste ano, o Plano Real entra numa nova fase: a dos preços justos. Na verdade, esse processo já começou. Na área de serviços, muitos preços foram parar na lua, perderam consumidores e tiveram que ser reduzidos. Isso aconteceu, por exemplo, com os aluguéis e com os restaurantes. É a pressão do consumidor que está começando a regular o mercado. A dona-de-casa está até deixando de ser fiel a uma marca de produto, em troca do preço real. Algumas pesquisas mostram que marcas líderes de mercado estão perdendo espaço para novas marcas, que atuam com preços mais baratos. Quando sai para comprar alimentos, produtos de higiene e limpeza e roupas, a dona-de-casa agora corre atrás do preço e da qualidade, e não da marca do produto. É por isso que o papel do consumidor é fundamental nessa nova fase do plano. Quando vivíamos com a inflação nas alturas, sem ter a mínima noção dos preços, ficava difícil para o consumidor pressionar. Agora, com a economia estável, com a concorrência leal no mercado, entra em cena o consumidor-cidadão. Aquele que sabe identificar o preço justo, que faz pesquisa, orçamento, e que só compra o que pode pagar. O consumidor-cidadão terá uma aliada de peso neste ano, a Sunab. Mas uma Sunab reformulada e fortalecida, que deixa de ser somente xerife dos preços. A nova Sunab vai sair mais às ruas, pesquisando preços de produtos e de serviços para divulgar para a população. Essas informações vão chegar ao consumidor através de terminais de computadores, de tabelas publicadas em jornais, de propagandas em rádios e TVs e de cartilhas que vão ser distribuídas para a população, beneficiando principalmente a população de baixa renda. Todo esse trabalho da Sunab será feito em conjunto com os órgãos de defesa do consumidor, com os Procons. Eu convido os responsáveis pelos jornais e pelas emissoras de radio e televisão a que tomem o partido dos consumidores, publicando as pesquisas e fazendo comparações de preços. A pesquisa da Sunab será um importante instrumento para a dona-de-casa encontrar o preço justo e valorizar cada centavo que carrega no bolso. Sabendo o que pode gastar e onde encontrar o produto mais barato, ela vai enterrar de vez a cultura da inflação alta. Hoje, vivemos num pais com inflação baixa e sob controle. Estamos chegando numa situação de preços justos, sem congelamentos. Isso mostra que a sociedade brasileira amadureceu. Os nossos empresários deixaram de competir com os consumidores, com seus trabalhadores e seus fornecedores. Agora, há uma competição saudável com outros empresários e quem sai ganhando é o consumidor, é a consumidora-cidadã, que buscam qualidade e preço baixo. No ano passado, o governo precisou adotar medidas para segurar o consumo e garantir a trajetória da vitória do real contra a inflação. Em 96, vamos trabalhar para que o mercado livre e a atuação forte do consumidor-cidadão mantenham a inflação em queda e o Brasil com uma moeda forte. Texto Anterior: Guiba propõe 4º turno contra o desemprego Próximo Texto: Preço de legumes e verduras sobe até 78% devido à chuva Índice |
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