São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 1996
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MuBE mostra acervo do governo do Estado

DA REDAÇÃO

Mostra: Modernistas e Contemporâneos
Curadoria: Jacob Klintowitz e Radhá Abramo
Onde: Museu Brasileiro da Escultura Marilisa Rathsam (av. Europa, 218, tel. 011/881-8611)
Vernissage: hoje, às 19h
Horário: todos os dias, das 14h às 19h; até 4 de fevereiro
Ingressos: entrada franca

O MuBe (Museu Brasileiro de Escultura) inaugura hoje, às 19h, a mostra "Modernistas e Contemporâneos", com 32 obras dos acervos dos Palácios do Governo de São Paulo, de 17 artistas, entre eles Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Rubem Valentim e Tarsila do Amaral.
Ganham elas novamente o espaço público, já que, embora dispostas até o momento em espaços que -teoricamente- deveriam ser os mais públicos de todos, estavam reservadas apenas aos olhares dos governantes e daqueles que os cercam. Nunca à massa que um dia deveria comer o fino biscoito produzido pelo escritor Oswald de Andrade (1890-1954).
Oswald faria aniversário amanhã. Quando completou 38 anos, Oswald ganhou de sua mulher Tarsila a tela "Abaporu", vendida em novembro último ao banqueiro argentino Eduardo Costantini pelo preço recorde de US$ 1,3 milhão.
A tela, estranha, em que uma mulher de pés enormes recosta no braço sua minúscula cabeça, impressionou tanto Oswald que, junto com o poeta Raul Bopp, cria o movimento antropofágico, que pregava a deglutição e aproveitamento das influências estrangeiras para a criação da verdadeira arte brasileira.
Tarsila já havia protagonizado, com Anita Malfatti, a Semana de Arte Moderna de 1922. As duas são o centro do primeiro bloco da mostra no MuBE, que liberta parte do rico acervo do Estado de São Paulo de sua função decorativa e lhe devolve a função interativa, que provoca o olhar. Este bloco modernista conta ainda com obras de Brecheret, Di Cavalcanti, Ernesto De Fiori, Vicente do Rego Monteiro e Cândido Portinari.
No bloco contemporâneos, entram os artistas selecionados para o novo mural do Palácio do Morumbi: Sérgio Ferro, Emanoel Araújo, Antonio Henrique do Amaral, Cláudio Tozzi, José Roberto Aguillar e Valdir Sarubbi.
A mostra traz ainda obras de Djanira, Rubem Valentim, Agnaldo Manoel dos Santos e Luis Ventura, que trabalham com o sincretismo religioso e raízes populares.

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