São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 1996 |
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Ministro afastou aliado de Costa Neto
DANIELA PINHEIRO
"Ele me prometeu, na frente do Luiz Carlos Santos (líder do governo na Câmara, PMDB-SP), que iria manter o Vince. Deu a palavra de honra. Estou questionando-o porque é um homem que não tem palavra", disse. "Tutu, dinheiro. Ele é movido a isso. Não tenho dúvidas de que ele recebeu muito dinheiro para manter essas empresas no serviço", acusou o líder do PFL na Câmara, Valdemar Costa Neto (SP). É com essas palavras que Costa Neto resolveu abrir fogo contra o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, a quem acusa de ter beneficiado empresas aéreas prestadoras de serviço para a RPN (Rede Postal Noturna). Provas Ao ser questionado se possui provas das acusações de corrupção, o deputado disse: "Não tenho provas, mas não tenho dúvidas". Motta não quis responder às denúncias do líder do PL. Sua assessoria convocou a imprensa no final da tarde e afirmou que o ministro é quem vai decidir se "responde pessoalmente" às críticas. Em um tom mais ameno, disse logo depois que tem o direito de fiscalizar o governo como Motta tem o de recusar quem ele indicou. "Mas isso demonstra sua personalidade", completou. Segundo ele, as atitudes do ministro sobre a RPN são "de quem se acha acima do bem e do mal" e, por esse motivo, não se preocupa em cumprir as normas que obrigavam a instauração de um processo licitatório. Costa Neto convocou ontem uma entrevista coletiva para mostrar documentos que, segundo ele, incriminam o ministro. Ele disse que a denúncia é um alerta ao presidente Fernando Henrique Cardoso, "que não pode ter alguém daquela categoria em seu governo". Na opinião do deputado, FHC deveria "tocar Motta para a rua". "É isso o que eu faria se estivesse no lugar dele", disse. Ao final da entrevista, o deputado Costa Neto quis deixar claro que ele não é oposição ao governo FHC. "Estamos a favor da Justiça", disse. Texto Anterior: Ministério aponta razão técnica Próximo Texto: Confederação Índice |
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