São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 1996 |
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Müller será enterrado hoje em Berlim
SILVIA BITTENCOURT
Apesar de sua morte ser esperada (Müller tinha câncer no pulmão), ela desencadeou uma série de especulações sobre o futuro do Berliner Ensemble -ou BE-, um dos teatros mais famosos da Alemanha. O Berliner Ensemble foi criado em 1949 por Brecht. Um dos "sucessores" de Brecht na dramaturgia alemã, Müller era o diretor artístico do BE desde 1992. As especulações sobre a sucessão de Müller começaram dois dias após sua morte. Segundo a administração do BE, o escritor Rolf Hochhuth se ofereceu para assumir a parte do dramaturgo na sociedade que dirige o teatro. A investida de Hochhuth indignou os colegas de Müller, que não queriam falar em sucessão antes do enterro do dramaturgo. Hochhuth -que escreveu, entre outras, "O Representante"- nega que tenha proposto negócios 48 horas após a morte de Müller. Depois da morte de Brecht, o BE passou pela mão de vários diretores. Antes da queda do Muro de Berlim, em 1989, o BE era chamado de "teatro-museu", devido à sua paralisia. O BE se reorganizou, depois da reunificação da Alemanha, com cinco diretores -entre eles Müller. Com a saída dos demais sócios, Müller se tornou o único diretor artístico e salvou o teatro do colapso. Sob sua direção, o BE apresentava peças de Brecht, Shakespeare e do próprio Müller. As discussões sobre a sucessão de Müller começam oficialmente hoje depois de seu enterro. Especula-se os nomes de Thomas Heise e Einer Schleef. Heise prepara a estréia de uma das últimas peças de Müller, "A construção", no dia 17 de fevereiro. Texto Anterior: "O Quatrilho" recebe dois prêmios no Chile; Sandra Bullock atua em sequência de "Speed"; França divulga lista de concorrentes ao César; Tela de Marc Chagall é furtada em Tel Aviv Próximo Texto: Western será primeira co-produção entre Brasil, Uruguai e Argentina Índice |
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