São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 1996
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Onde tudo começou 1; Onde tudo começou 2; Em cascata; Reação interna; Passando por cima; No pé; Saída 1; Saída 2; Conciliação; Nem tão aliados; Dúvida; Brindes; Só ternura; Maquiavel; Dia emocionante; Razões maiores; Largada

Onde tudo começou 1
A articulação para esvaziar a ameaça de greve contra a reforma da Previdência começou durante a viagem de FHC à China. O presidente foi acordado de madrugada em Pequim por um telefonema de Maciel avisando-o do perigo.

Onde tudo começou 2
Ainda no aeroporto, na volta da China, Maciel e FHC discutiram a possibilidade de greve geral -como ocorrera na França- e combinaram chamar as centrais para negociar, sem os partidos. Ali nasceu o acordo da Previdência.

Em cascata
Embora tenha recuado, o governo ganhou várias vezes com o acordo da Previdência: superou um impasse de meses, afastou a possibilidade de greves de protesto -como houve na França- e rachou a já debilitada oposição.

Reação interna
Vicentinho vai suar para bancar o acordo da Previdência hoje na CUT. Ontem, o presidente dos bancários, Ricardo Berzoini, já bombardeava: "Houve precipitação. Não foi um bom acordo. Tem que ouvir os sindicatos".

Passando por cima
De Paulo Bernardo (PT-PR), sobre o acordo da Previdência ter sido feito à margem dos partidos: "O Congresso foi anexado pelo Executivo. De certo, o Medeiros vai comandar a bancada governista, e o Vicentinho a da oposição".

No pé
Até a semana passada a Previdência era a aposta da oposição para pôr sua cunha na unidade governista. Cravou-a em si própria.

Saída 1
Vicentinho fechou o acordo sobre a Previdência com o aval do PT. Com a reação contrária no partido, os petistas já ensaiam o argumento para um possível recuo: a redação final do pacto.

Saída 2
José Dirceu, presidente do PT, prepara o terreno para a CUT, se persistir a crise interna. "Não há problema em rediscutir o acordo se houver dúvida sobre aposentadoria por tempo de serviço."

Conciliação
Roberto Freire (PPS) defende o acordo sobre a Previdência. "As centrais deram uma lição à esquerda parlamentar e ao rolo compressor do conservadorismo."

Nem tão aliados
O relator Almino Affonso (PSDB) defende hoje na Comissão de Justiça da Câmara a admissibilidade do projeto que cria a CMF. O presidente Roberto Magalhães (PFL) vota contra.

Dúvida
Se quiser mesmo apressar a tramitação da CMF na Câmara, o governo terá que garantir o quórum na comissão. Não é fácil.

Brindes
FHC comemorou ontem. O cancelamento orquestrado do depoimento de Ivan Frota, último dos críticos do Sivam, praticamente encerrou o caso. E o acordo na Previdência, endossado pela CUT, rachou a oposição. Foi 2 a 0.

Só ternura
Depois da crise do Econômico e da pasta rosa, a paz voltou à relação de amor e ódio entre FHC e ACM. Definição do Planalto sobre a atuação do senador baiano na sessão de ontem da supercomissão do Sivam: "Ele arrebentou". Quando a malvadeza é a favor...

Maquiavel
Comentário ouvido ontem de governistas, sobre a manobra de ACM para suspender o depoimento de Ivan Frota contra o Sivam: "Quando age friamente, em assuntos que não lhe dizem respeito pessoalmente, ele é imbatível".

Dia emocionante
Após a briga com Ivan Frota, houve vários discursos sobre emoção no Senado. Senadores, Amin e Cunha Lima até fizeram uma quadra: "Emoção é sentimento/não é falta de razão. Emoção é o momento da razão do coração".

Razões maiores
Parlamentares apostavam ontem que não vão prosperar no Congresso as denúncias do líder do PL, Valdemar Costa Neto, contra Serjão: "Deputado não briga com empresa aérea. Teme ficar sem vôo para sair de Brasília".

Largada
Mercadante e Erundina já conseguiram as assinaturas de apoio exigidas para a disputa da prévia que vai definir a candidatura do PT à Prefeitura de São Paulo. O prazo termina sábado e a esquerda do partido ainda está órfã.

TIROTEIO
Do deputado José Genoino (PT-SP), sobre o acordo da Previdência fechado entre governo e as centrais sindicais anteontem, sem a participação dos partidos políticos:
- Nós da oposição tomamos uma bola nas costas porque o Congresso abriu mão de negociar a Previdência e, agora, a nossa bancada ficou com a broxa na mão. O problema é que o acordo feito pelas centrais só atende as categorias organizadas, mas sou contra melá-lo agora.

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