São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 1996
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Caminhão vaza e causa 35 km de trânsito

DA REPORTAGEM LOCAL

Um vazamento de gasolina de um caminhão-tanque causou ontem de manhã mais de 35 km de congestionamentos, que afetaram a marginal Tietê, as rodovias Dutra, Fernão Dias e Ayrton Senna, além de algumas ruas nas zonas leste e norte de São Paulo e em Guarulhos (20 km ao norte de SP).
Segundo o motorista do caminhão, Rubens Augusto Moita, 32, o vazamento começou por volta das 8h. O caminhão teve seu eixo traseiro quebrado depois de passar por um buraco na marginal.
O encanamento de um dos tanques de combustível furou e 8.000 dos 32 mil litros de gasolina que o caminhão levava vazou na pista expressa da marginal, próximo à ponte Cruzeiro do Sul, no sentido bairro-centro.
A pista expressa da marginal foi totalmente interditada. A avenida foi liberada às 14h30, após a retirada da gasolina e a lavagem da pista, feita pelos bombeiros, que levou mais de seis horas.
A gasolina que sobrou no caminhão foi passada para um outro caminhão-tanque. Os dois foram retirados da pista por volta das 13h30.
Funcionários da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) também estiveram no local, para prevenir eventuais danos ambientais. Segundo a empresa, a maior parte da gasolina que vazou escorreu para o rio Tietê. A preocupação dos técnicos era evitar que a gasolina acumulasse nas galerias subterrâneas e trouxesse riscos de explosão.
O motorista do caminhão disse que no momento em que percebeu o vazamento encostou na baia lateral e fechou um registro do tanque, evitando um vazamento ainda maior. O caminhão vinha de um depósito de combustíveis em Guarulhos e iria abastecer um posto na avenida Rebouças, em Pinheiros (zona oeste de SP).
No momento em que a pista foi liberada, a extensão do congestionamento já chegava a 8,5 km em cada uma das pistas da marginal, 9 km na rodovia Ayrton Senna, 5 km na Dutra e 4 km na Fernão Dias. Até o final da tarde o trânsito ainda era lento nessas vias.
O sol forte e o calor fez com que muitos motoristas saíssem de seus carros, aguardando a liberação da pista. Às 13h, alguns relógios da marginal chegavam a marcar 35oC.
"Levei uma hora e meia em um trajeto feito normalmente em menos de 40 minutos. Congestionamento igual a esse só vi em dias de enchente", disse o motorista de ônibus Nelson Ávila, 40, que há cinco anos percorre parte da via Dutra seis vezes por dia.
O corretor de imóveis José Rubens Gilioli, 41, se disse surpreso com o congestionamento. "Nunca vi coisa igual. Moro no interior e venho pouco para São Paulo. Dependendo da minha vontade, não voltaria nunca mais para cá", disse, parado no meio do congestionamento no início da marginal.
O caminhoneiro Marco Antonio Gonçalves Candia, 21, se disse preocupado com a sua carga, que aguentaria no máximo oito horas debaixo do sol. Candia levava carne de coelho congelada até o Ceagesp, na zona oeste. Ele saiu às 9h de São Luís do Paraitinga (173 km a leste de SP) e às 13h20 ainda estava na entrada da marginal Tietê.

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