São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 1996
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João de Camargo criou uma religião

DANIELA ROCHA
DA REDAÇÃO

João de Camargo foi um negro que trabalhou como escravo, morreu analfabeto aos 84 anos e era um gênio carismático.
Criou uma religião sincretista, uma escola e uma banda uniformizada com 27 músicos. Curava doenças, descobria objetos perdidos, confortava os aflitos pela fé e, segundo relatos deixados por fiéis, era "um homem bom".
Usava terno branco e andava descalço. Falava o linguajar caipira -mistura da gramática portuguesa com palavras do tupi.
Sua igreja tem frequentadores até hoje, ora para culto com hinos antigos católicos, ora para sessões de umbanda. Camargo já mereceu quatro biografias escritas, uma delas de autoria do sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995).
Um dos estudiosos da vida de João de Camargo é o psicanalista de Sorocaba José Carlos de Campos Sobrinho. Ele reúne documentos e referências sobre a vida do líder religioso negro há 12 anos.
Sobrinho está preparando os cinco capítulos do livro que terá iconografia organizada pelo diretor do Museu Histórico Sorocabano Adolfo Frioli. Ambos integram a equipe de pesquisa de Paulo Betti sobre a vida de João de Camargo.
O livro e o vídeo serão patrocinados pelo Senac e Casa da Gávea e terão lançamento em maio em Sorocaba, São Paulo e Rio.
(DR)

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