São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996
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USP quer bebês fora de moradia

MALU GASPAR
DA REPORTAGEM LOCAL

As estudantes da USP que têm filhos e moram no Crusp (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo) poderão ter que deixar a moradia até 1º de fevereiro.
As oito mães que vivem no Crusp com os filhos receberam uma notificação da Coseas (Coordenadoria de Assistência Social) avisando que a partir de 1º de fevereiro não será mais permitida a permanência das crianças no alojamento estudantil.
O novo regimento do Crusp, aprovado pelo Conselho Universitário em 30 de novembro de 95, diz que "a concessão (da bolsa-moradia) é pessoal e intransferível, não sendo extensiva, em nenhuma hipótese, aos dependentes -ou não- do aluno".
"Nossos filhos são pequenos e não podemos nos separar deles", diz Maria Sílvia Velludo, 24, aluna do 2º ano de música, mãe de Iago. A criança tem dois meses e está mamando.
As outras mães também têm filhos pequenos. A maioria é do interior.
"A medida é autoritária, injusta e discriminatória. Não é porque tenho uma filha que não posso mais estudar", diz Rosana Castilho, 32, do 4º ano de inglês, mãe de Juliana, de seis meses.
As mães reuniram-se anteontem com o representante da Coseas, que as aconselhou a entrar com recurso junto à Comissão de Moradia Estudantil. A comissão, criada com o novo regimento do Crusp, ainda não foi formada.
Está marcada para hoje uma reunião com a assessoria da deputada federal Marta Suplicy (PT-SP), que acha a situação "um absurdo". Segundo a deputada, a medida fere o Estatuto da Criança e do Adolescente. Ela diz que vai tentar "sensibilizar" a direção da universidade.
Na Unicamp (Universidade de Campinas), 23 das 253 moradias são reservadas para casais.
Segundo a assessoria de imprensa da universidade, é permitida a permanência de filhos com até 5 anos, "por uma questão de adequação ao ambiente".

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