São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996 |
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Avanço político Se mantido, o acordo entre as centrais sindicais e o governo sobre a reforma da Previdência representa um extraordinário avanço político, quando analisado à luz de um exemplo externo e dois agravantes da atual conjuntura brasileira. O compromisso poderá evitar que se repitam aqui episódios como as recentes greves ocorridas na França -originadas pelo impasse nas negociações sobre as reformas do sistema previdenciário. Levando-se em conta a resistência dos deputados de partidos aliados para implementar, em ano eleitoral, medidas consideradas impopulares e as dificuldades observadas no ano passado para encaminhar a reforma da Previdência, os efeitos dessa negociação foram extremamente positivos. Convém lembrar o quanto se esforçaram governos anteriores para efetivar diferentes formas de pacto social, sem sucesso. Do ponto de vista dos interesses envolvidos, tanto das centrais sindicais como do governo, o resultado reflete moderação em torno de um dos pontos mais difíceis das reformas do Estado. A relutância apresentada pelos partidos de oposição parece revelar uma sensação antecipada de derrota, ou talvez um certo ressentimento pelo fato de estarem até o momento distantes do centro das discussões. O resultado apresentado é um duro golpe contra as intenções dos que aspiravam a bloquear a reforma. O passo à frente dado pela CUT (espera-se que não volte atrás), Força Sindical, CGT e Ministério da Previdência arrefeceu o ânimo da ala mais radical da oposição. Ao notar a indisposição de PT, PDT e PC do B para estabelecer vias de diálogo com possibilidade de acordo em torno do tema, o governo apostou na negociação fora dos recintos parlamentares. E acertou. Na verdade, a confirmação do acordo poderá ser uma vitória não apenas do governo, mas de uma sociedade que começa a substituir impasses por compromissos. Texto Anterior: Com deslizes, mas no rumo Próximo Texto: O "pós-2º grau" Índice |
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