São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996
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Identidade chinesa sobrevive à Coca-Cola

MAURÍCIO JORGE PIRAGINO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Mesmo depois da chegada da Coca-Cola, McDonald's, Pizza Hut, ir à China continua, ainda, dando um friozinho na barriga.
Chegar a um país como a China é impressionante. É ir a outro planeta. Você vira analfabeto e se sente um alienígena.
Se o impacto do comunismo já não é mais tão forte, a marca do Oriente é um choque.
Quando viaja para outro lugar onde haja tamanho choque cultural, o viajante se desestabiliza. Você se vê sem chão.
Pode adoecer, beber, comprar e comer compulsivamente ou se relacionar intensamente com tudo e todos.
Pequim
Para os chineses, a sua capital é Beijing. Pequim é como a comunidade internacional chama Beijing.
É uma cidade grande, segunda maior da China, cerca de 11 milhões de habitantes. É uma cidade em transformação, pois grandes obras estão sendo feitas.
Enormes prédios estão sendo construídos com a preocupação arquitetônica de manter uma marca oriental. Não há como não ficar surpreso com a quantidade de bicicletas que transitam junto com os carros, ônibus e pedestres.
O trânsito em Pequim tem leis diferentes. Imagine o cruzamento de duas grandes avenidas onde entrar à esquerda e cruzar a pista é permitido. Caso os veículos circulassem em alta velocidade, o número de acidentes seria igual ou superior ao do Brasil.
Pequim é uma cidade poluída pela grande quantidade de uso de carvão. As mãos e roupas ficam escuras rápido.
É comum observar os chineses com seu vidro de chá. No hospital, no ônibus, na escola, na loja, em qualquer lugar os chineses estão tomando o seu chá. Existem lojas somente para a venda de chá.
A China é um país em pleno desenvolvimento. Será uma grande potência no próximo século.
Controle demográfico
A base social já foi feita, mas há uma questão a ser resolvida: a geração que hoje tem entre 20 e 35 anos é de filhos únicos -devido à explosão demográfica na China, o governo comunista instituiu a política de um filho por casal.
Eles foram criados comunitariamente. Porém, hoje se inicia uma estrutura social onde o individual é valorizado.
Isso tende a aumentar com a abertura econômica. Como ficarão os filhos únicos dessa geração de filhos únicos? Eles serão mais individualistas por não terem irmãos ou um forte valor comunitário?

LEIA MAIS
sobre a China nas págs. 6-15 e 6-16

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