São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996
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Governo comemora resultado

VALDO CRUZ; FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O acordo da Previdência não foi assinado oficialmente, mas o governo comemorou. Afinal, avalia ter atingido o seu objetivo: mostrar ao Congresso o que os trabalhadores desejam da reforma previdenciária, forçando a votação dos pontos acertados.
Senadores governistas afirmavam que o Congresso não terá condições de virar as costas para o acordo. Eles se fazem a seguinte pergunta: como votar contra um texto aceito por quem eles dizem representar? A previsão é que os partidos de oposição continuem criticando o acordo.
O mais importante, diz o ministro da Previdência, Reinhold Stephanes, é que os sindicalistas concordaram com uma reforma "tecnicamente boa", aceita pelo relator da emenda na Câmara, Euler Ribeiro (PMDB-AM).
O governo decidiu não forçar a assinatura do documento para não "constranger" o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. Segundo a Folha apurou, a avaliação no Planalto é que, se não abrisse mão da assinatura, o governo estaria "fritando" um sindicalista que decidiu dialogar e poderia inviabilizar a solenidade de divulgação do documento. O texto do acordo nem sequer vai ter uma versão final.
O ponto três do documento, que trata do fim dos privilégios das aposentadorias para o serviço público, divide a CUT e a Força.
Vicentinho não queria ver no acordo o estabelecimento da idade mínima de 55 anos para o servidor se aposentar e o tempo mínimo de dez anos na função para que se aposente com o último salário.
A CUT afirmava que entendia a necessidade de se fazer essas mudanças, mas temia a reação dos funcionários públicos.
O governo, no entanto, não estava preocupado com a discussão. Topava fechar uma redação genérica, porque o deputado Euler Ribeiro está decidido a manter em seu relatório a forma que agrada ao Ministério da Previdência.

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