São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996 |
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Homicídios crescem 9,9% em SP
KENNEDY ALENCAR
A região mais violenta da cidade é a zona sul. Dos dez distritos policiais recordistas de assassinatos, sete estão na zona sul e três na zona leste. Capão Redondo (extrema zona sul) continua com o título de local mais violento da cidade. Lá são registrados 21 homicídios por mês. O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, afirma que está preparando um plano especial de combate à violência nas zonas sul e leste da capital. A iniciativa se chama Pisc (Plano Integrado de Segurança Comunitária) e é uma junção de propostas que a secretaria analisa. A Folha obteve uma dessas propostas -o Plano Especial para Diminuir a Violência na Zona Sul, elaborado pelo comando da Polícia Militar. Esse projeto será juntado a uma pesquisa do Nev (Núcleo de Estudos da Violência da USP) sobre as razões da criminalidade na região sul da capital. O plano da PM prevê o aumento do número de carros policiais entre 14h e 3h, um programa especial de abordagem e revista de suspeitos e a instalação de postos policiais em locais estratégicos. A PM propõe ainda uma ação integrada com os líderes das comunidades, especialmente nas áreas mais pobres da periferia de São Paulo. Além do maior grau de violência, a escolha da zona sul para desencadear essa operação especial se deve a uma avaliação da secretaria de que lá os comandos das polícias Civil e Militar são mais receptivos a mudanças no policiamento. Foi na zona sul que o secretário encontrou menos resistência para implantar o plano de afastamento de policiais que se envolvem em conflitos com morte de civis. Desde setembro, todo PM que mata um civil é afastado do policiamento por seis meses e passa por tratamento psicológico. No começo do programa de afastamento, houve resistência de parte do comando da PM, que considerou a medida uma punição aos policiais. A Secretaria da Segurança Pública já fez uma operação experimental na zona sul nos meses de setembro, outubro e novembro do ano passado. Essa experiência também norteará a elaboração do Pisc. Segundo os dados da secretaria, a operação reduziu de 17 para 10,3 o número de homicídios dolosos por dia na região. Na época, 1.500 policiais militares se juntaram aos 2.800 que fazem normalmente o patrulhamento das ruas. Após o final da operação, o número de homicídios voltou a subir. O Pisc vai começar depois do Carnaval na zona sul. Após um período, será estendido à zona leste. Em 1996, as zonas norte e oeste ficarão fora do plano. Roubo e furto No ano passado, diminuiu 15% o número de furtos na capital em relação a 1994. Em 1995, aconteceram 114.876 furtos, enquanto em 1994 esse número foi de 135.182. O furto é um crime contra o patrimônio no qual não há violência contra a vítima. O furto e roubo de veículos também caiu (12.9%). Os criminosos levaram 90.215 veículos no ano passado e 103.547 no ano anterior. Texto Anterior: Secretário da Cultura reúne-se com artistas; O NÚMERO; Empresa de segurança recorre de indenização; Portugal divide os capítulos de novela; QUINA Próximo Texto: Roubo a banco cresceu 125% Índice |
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