São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996
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Empresa poderá usar 'nova previdência'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A conta individual de previdência complementar que o governo pretende lançar no próximo mês também poderá ser usada pelas empresas.
O prazo mínimo para os depósitos será de dez anos. Ainda não está decidido se haverá prazo de carência de três anos para que o dinheiro possa ser retirado.
O mais provável é que sejam fixadas apenas penalidades para quem sacar o recurso antes de dez anos. As penalidades seriam inversamente proporcionais ao número de meses do depósito.
A previsão do governo é que sejam arrecadados R$ 18 bilhões em cinco anos.
Essa nova modalidade de previdência complementar é mais uma opção para os trabalhadores, em especial os profissionais liberais. Como forma de incentivo, o Imposto de Renda sobre a aplicação só será recolhido no momento em que a pessoa começar a receber a complementação previdenciária.
As empresas também poderão participar. Assim como os trabalhadores, o incentivo será a permissão para que a contribuição seja deduzida na declaração do IR. Os recursos captados pela conta individual de previdência complementar poderão ser aplicados livremente pelos administradores.
O Ministério da Fazenda estuda apenas a possibilidade de fixar limites máximos de aplicação, como forma de dar mais segurança ao produto. Os bancos poderão oferecer junto com a conta um seguro, mas a intenção do governo é que isso seja facultativo.
As aplicações poderão ser feitas mensalmente, mas a proposta em estudo prevê que isso não seja obrigatório. Ou seja, cada pessoa poderá acertar com o seu banco um prazo para fazer os seus depósitos. Estes poderão ser trimestrais, semestrais ou anuais.
Tal mecanismo deve ser adotado como maneira de incentivar a adesão dos trabalhadores autônomos, cuja renda mensal é variável. Se não gostar da administração, o titular da conta poderá trocar de banco até duas vezes por ano.
A troca é uma forma de se buscar melhor remuneração. Ela poderá ser feita sem prejuízo aos clientes. Desta forma, os bancos não poderão cobrar nada do titular da conta. A previsão do governo é que a taxa de administração seja menor do que as dos bancos.
O novo produto é uma idéia do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros. Foi inspirada em produto similar existente na Europa para ampliar a poupança interna.

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