São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996
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Superávit é tido como improvável

ANTONIO CARLOS SEIDL; LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O país terá um déficit entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões na balança comercial no primeiro trimestre deste ano. A tendência, no entanto, é de equilíbrio.
A previsão é de Luiz Fernando Furlan, diretor titular de Comércio Exterior da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Com relação ao desempenho da balança comercial em 1996, Furlan diz que "já é positivo" se as exportações e as importações ficarem empatadas.
"Não é razoável qualquer previsão de saldo comercial a curto prazo. É uma perspectiva muito remota", afirma.
Furlan discorda das projeções do governo de um saldo comercial de US$ 3,6 bilhões em 1996.
"Até gostaria que isso acontecesse, mas o quadro a curto prazo indica que estamos caminhando para um déficit", afirma o empresário.
Queda livre
O primeiro ano de governo FHC tirou o comércio exterior brasileiro de um confortável superávit de US$ 10,5 bilhões, em 1994, para o déficit de US$ 3,1 bilhões, anunciado ontem.
A piora no desempenho da balança comercial poderia ter sido ainda maior, e o que evitou que isso ocorresse, segundo o economista Paulo Nogueira Batista Junior, foi a recessão da economia forjada pelo governo federal a partir de abril de 95.
"A menor atividade da economia diminuiu a demanda por importados e aumentou o esforço de exportação", diz.
No entanto, ressalta, as importações no segundo semestre de 95 ainda ficaram 21% acima do exportado em 94.
"Esse índice demonstra a sobrevalorização do real (em relação ao dólar). E fica claro que, caso a economia se reative, os déficits podem voltar", diz.
(Antonio Carlos Seidl e Luiz Antonio Cintra)

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