São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fiesp aceita participar de pacto contra desemprego

CRISTIANE PERINI LUCCHESI; SHIRLEY EMERICK
DA REPORTAGEM LOCAL

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) aceita participar dos debates para a construção de um entendimento nacional contra o desemprego.
As articulações estão sendo feitas pelo ministro do Trabalho, Paulo Paiva, após sinal verde do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.
"O que me anima é que o governo está percebendo que o emprego faz parte da agenda do dia", afirmou o diretor da Fiesp, Horácio Lafer Piva.
Ele diz, no entanto, que não apenas questões relativas à legislação trabalhista deveriam ser debatidas. "É impossível falar em geração de emprego sem discutir a taxa de juros, uma das grandes responsáveis pelas 179 mil demissões na indústria paulista em 95."
Piva considera que as reformas tributárias e fiscais também são fundamentais para atrair investimento estrangeiro direto e empregos. "Precisamos definir propostas para o curto prazo, como por exemplo corte nos encargos sociais, mas também uma política sustentada de crescimento para o país, única forma de, no longo prazo, gerar empregos", disse.
O coordenador do grupo 19-3 da Fiesp (setores de máquinas e eletroeletrônicos), Ariovaldo Lunardi, também considerou "positiva" a proposta de entendimento.
"Estamos, desde novembro, negociando com os metalúrgicos de São Paulo a flexibilização nos contratos de trabalho, mas nos deparamos inúmeras vezes com questões legais. Por isso, é importante envolver o governo no debate", disse ele.
O coordenador-geral do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), Salo Seibel, ligou ontem para Paiva se colocando à disposição para as negociações.
"As contribuições para o Sesi e o Senai, por exemplo, oneram bastante a folha de pagamentos e deveriam ser discutidas", disse.
O empresário Humberto Mota, da Associação Comercial do Rio de Janeiro, também pediu ao ministro que fosse à cidade para discutir o tema com o setor.
Segundo Paiva, a Comissão Permanente de Direito Social -grupo de advogados notáveis que assessora o ministério- está discutindo o que é possível mudar sem precisar alterar a legislação.
Os debates para o entendimento começam hoje, quando Paiva se reúne com os metalúrgicos da CUT e da Força Sindical.

Colaborou SHIRLEY EMERICK, da Sucursal de Brasília

Texto Anterior: O MP e o caso Banespa
Próximo Texto: Montadoras investem US$ 12 bi até ano 2000; Governo impõe taxa ao alho da China; Volume de vendas da Volvo cai 3,5% em 95; BNDES apóia abertura de capital da Transerp
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.