São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996
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Fogo mata refugiados na Alemanha

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um incêndio em um albergue para refugiados estrangeiros em Lübeck (norte da Alemanha) deixou dez mortos, entre eles quatro crianças, e 47 feridos.
A polícia suspeita que o incêndio tenha sido criminoso. Três jovens foram presos próximo ao local para interrogatório.
Segundo os policiais, os três são da cidade de Grevesmühlen, na ex-Alemanha Oriental, e militam na extrema direita. Eles teriam de 16 a 19 anos, e um deles teria a cabeça raspada.
O incêndio começou às 3h40 (0h40 em Brasília) e só foi contido quatro horas depois.
Durante o resgate das vítimas, cerca de 300 pessoas participaram de manifestação contra o racismo em frente ao prédio.
Duas pessoas morreram porque pularam do edifício. Foram confirmadas 40 pessoas com ferimentos leves e 7 gravemente feridas.
Não havia confirmação sobre a identidade das vítimas. A maioria dos moradores do albergue era da Síria, do Líbano, do Zaire e do Togo. Havia também descendentes de alemães vindos de países do Leste Europeu.
O promotor público de Lübeck, Michael Bõckenhauer, disse haver indícios de que o incêndio começou em vários locais do prédio, indicando que poderia ser criminoso.
"Se foi um acidente, apresento desde já minha dor, mas, se foi um atentado, quero dizer que minha paciência está se esgotando", disse o presidente da Alemanha, Roman Herzog, sobre o incidente.
Esse foi o pior incêndio a atingir estrangeiros no país. Em maio de 1993, cinco turcas morreram em um incêndio criminoso na cidade de Solingen (oeste).
A sinagoga de Lübeck já foi atacada por fogo duas vezes, em 1994 e em 1995, nos primeiros ataques contra templos judeus desde a Segunda Guerra Mundial. Ninguém ficou ferido.
Em um outro incidente ocorrido ontem, em Grossburgwedel (Alemanha central), moradores de um albergue para sem-teto e estrangeiros conseguiram apagar um início de incêndio. Eles disseram ter visto um homem entrando no local e ateando fogo ao carpete. Não houve feridos.

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