São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996
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Juro sobe e BC muda 'minibanda' cambial

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Juros, como o BC (Banco Central) queria, em alta no curto prazo (over e CDI) e nos mercados futuros. Bolsas em alta. BC alterando, pela primeira vez no ano, a "minibanda" do câmbio. Esse foi o cenário financeiro de ontem.
No início do dia, as cotações do dólar estavam pressionadas no mercado comercial (exportações e importações).
O mercado especulava com uma mudança na "minibanda". O BC terminou com o movimento especulativo -alterando mesmo a "minibanda".
Com uma correção de 0,21%, a primeira do ano, o dólar comercial passa, agora, a oscilar entre R$ 0,974 e R$ 0,979.
Na área de juros, conforme a Folha havia antecipado, as taxas efetivas previstas no mercado futuro subiram ao redor de 0,03 ponto percentual até o mês de maio.
No over (títulos públicos), também conforme o previsto, a taxa média pulou da casa dos 3,4% (o "piso" da banda) para 3,57%. A taxa efetiva prevista é agora de 2,58%, contra 2,54%, na véspera.
Ao contrário, o que o BC fez foi reduzir de forma sensível a velocidade prevista para a queda do juro. A freada trouxe o carro de volta à faixa da direita. O BC, enfim, não abandonou o gradualismo.
O BC anunciou também que vai vender, no dia 31 de janeiro, R$ 7,5 bilhões em BBCs. O resgate previsto era de R$ 4,5 bilhões.
Em suma, os R$ 3 bilhões de títulos vendidos ontem (na operação que elevou taxas de juros) foram contemplados. Nas Bolsas, a alta dos juros no Brasil não teve maior impacto. A paulista fechou com alta de 1,55%, embora o volume negociado tenha sido menor.
O que pesou mesmo foram os números divulgados sobre o comportamento da economia norte-americana, que anda desaquecida.
Por conta disso, lá fora prevalece a aposta, favorável ao mercado acionário brasileiro, de queda das taxas de juros.
O Banco Central dos EUA (Federal Reserve) deve cortar o juro em 0,25 ponto percentual no final deste mês. Tem reunião marcada para os dias 30 e 31.

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