São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996
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Investimento externo no país cresce 55,3%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O volume de investimento externo produtivo no Brasil cresceu 55,3% no primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central.
Segundo o BC, em 95 o país recebeu US$ 2,970 bilhões desse tipo de capital de longo prazo, em geral referente à abertura de novas empresas ou ampliação das multinacionais já instaladas. Em 94, o número foi US$ 1,912 bilhão. Nos dois casos, estão descontadas as saídas de recursos.
Essa modalidade de investimento, que o governo FHC se propôs a estimular, ainda representa pouco das reservas em dólar do BC -que, segundo os dados de ontem, fecharam o ano passado em US$ 51,840 bilhões.
Desse total das reservas, US$ 50,449 bilhões estão efetivamente à disposição imediata do governo. Nos cinco últimos meses do ano passado, o volume das reservas bateu recordes consecutivos.
Isso tudo significa que o Brasil tem atraído mais dinheiro dos investidores internacionais, mas a maioria desse capital é especulativo -ou seja, os recursos chegam em busca de lucros a curto prazo e podem deixar o país a qualquer momento.
Segundo os dados do BC, por exemplo, os recursos externos direcionados às Bolsas de Valores brasileiras chegaram a US$ 4,753 bilhões, resultado de uma entrada de US$ 22,559 bilhões e saídas de US$ 17,806 bilhões.
Em comparação, os números do capital produtivo, embora melhores que nos anos anteriores, são bem mais modestos: houve entrada de US$ 3,285 bilhões e saída de US$ 315 milhões.
O volume de empréstimos externos obtidos por empresas brasileiras também cresceu em 95: foram captados US$ 15,883 bilhões, contra US$ 8,756 bilhões em 94.
Montadoras
O ministro José Serra (Planejamento) afirmou esta semana que nos próximos quatro anos só as montadoras deverão investir no país cerca de US$ 12 bilhões.
Segundo Serra, o Brasil poderá chegar ao ano 2000, depois da África do Sul, como o país com maior número de empresas produtoras de automóveis.

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