São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996
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Eleição palestina

Como não poderia deixar de ser, a tensão é a marca das primeiras eleições palestinas que devem realizar-se hoje. O ambiente de medo e ódio, porém, não é motivo para apagar a importância histórica do pleito: trata-se da primeira vez que os palestinos, povo virtualmente dominado por potências estrangeiras desde o Egito Antigo, vai às urnas para escolher seus líderes.
É claro que o clima de violência e as ameaças de radicais judeus e palestinos são motivo de preocupação; afinal, um premiê, várias lideranças e milhares de civis já foram barbaramente assassinados. O boicote de algumas correntes palestinas à eleição também é lamentável.
De toda a forma, é um fato histórico que funda os alicerces de um futuro Estado palestino, a única forma de trazer paz duradoura para uma das regiões mais conturbadas do planeta nos últimos 50 anos.
Resta torcer para que hoje e nos próximos dias não venha a ocorrer nenhum incidente mais grave e que o processo de paz siga seu curso, sendo capaz de contornar todas as dificuldades que inexoravelmente se lhe interporão, a exemplo do que já ocorreu no passado.
Desgraçadamente, a paz só se celebra entre inimigos, o que a torna um processo delicado, cheio de rancores e, por isso mesmo, tanto mais necessário.

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