São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 1996 |
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Índios libertam funcionários da Funai
ANDRÉ MUGGIATI
Às 14h de sábado, 15 líderes das diferentes aldeias que vivem na reserva reuniram-se em Belém com o presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Márcio Santilli, exigindo soluções para os problemas de invasão da reserva. Cinco aviões levaram quatro reféns e os líderes indígenas a Belém. O outro refém seguiu de barco para São Luís (MA). Segundo o assessor de imprensa da Funai em Belém, João Elíseo Guerreiro de Carvalho, a reunião foi "tensa". "Os índios chegaram com pinturas de guerra e armados com bordunas (espécie de cacetes)", disse Carvalho. Após três horas de reunião, foi assinado um acordo com Santilli. O presidente da Funai comprometeu-se a negociar com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a remoção de posseiros para assentamentos. A Funai também deverá providenciar, junto à Polícia Federal, a expulsão de outros posseiros, inclusive plantadores de maconha, que invadiram a reserva. Os cerca de 700 índios da reserva tomaram os funcionários como reféns para pressionar a Funai a retirar os invasores da área. Os funcionários detidos tinham ido ao local fazer um levantamento das invasões visando apontar medidas para resolver o problema. Segundo os índios, a reserva -com uma área de 279 mil hectares (quase duas vezes a área do município de São Paulo)- vem sendo invadida nos últimos anos. Ficaram detidos o indigenista Wellington Figueiredo, de Brasília, o chefe do posto em Canindé, Francisco Potiguara, o administrador de São Luís (MA), José Arão, e os funcionários Paulo Brabo e Célia Fonseca, de Belém. Texto Anterior: Petroleiros ajudam MST a invadir fazenda Próximo Texto: O Brasil no mundo Índice |
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