São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 1996 |
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Filho do Sol combate desenhos americanos Governo quer acabar com hegemonia estrangeira JAIME SPITZCOVSKY
Na China, 1996 guarda mais uma surpresa para quem gosta de desenho animado. O Canal 1, o principal do país, vai mostrar em junho uma série baseada na vida de dez crianças chinesas. Elas se destacaram por seus talentos especiais, pela maneira como enfrentaram situações difíceis ou por serviços prestados à comunidade. Este ano promete ser quente na área de desenhos animados. O governo chinês está preocupado com a invasão de produções estrangeiras, principalmente dos Estados Unidos e do Japão. Por isso, decidiu estimular a criação de heróis nacionais. A China tem a maior população do mundo, com 1,2 bilhão de habitantes. Estima-se que o público para desenhos animados some 130 milhões de pessoas, ou seja, são as crianças em idade escolar. Com 52 capítulos, o "Filho do Sol" é o mais longo seriado já produzido na China. Será exibido no Canal 1 e foram gastos na sua produção mais de 5 milhões de yuans (US$ 588 mil). Além de o "Filho do Sol", o Canal 1, conhecido também pela sigla CCTV, promove a produção de mais 13 desenhos animados. Eles devem passar a tarde, horário preferido pelas crianças chinesas para ver televisão. É exatamente quando elas voltam da escola. Chen Muhua é a diretora do Comitê Nacional para Novas Gerações, uma organização do governo voltada para a educação. Ela declarou que a China deve se esforçar em 1996 para acabar com o domínio de desenhos animados estrangeiros na TV chinesa. Em dezembro, cerca de 20 produtores de desenhos animados se reuniram em Pequim, a capital chinesa, para discutir as prioridades para este ano. O "Filho do Sol" apareceu como principal destaque que vai surgir nas telinhas da China em 1996. O principal inimigo do "Filho do Sol" será o "Espírito do Escorpião", que reina nas trevas do "reino da escuridão". O "Filho do Sol" vai usar sua energia para trazer luz ao mundo e impedir a vitória do seu rival. Os produtores chineses admitem que a qualidade de seus desenhos animados é inferior à dos filmes importados dos EUA ou do Japão. "Com as novas produções, não acredito que possamos superar o padrão dos desenhos estrangeiros, mas vamos nos esforçar ao máximo para chegar o mais perto possível", disse um desenhista ao jornal chinês "China Daily". Texto Anterior: Cinquentão continua sendo o mais vendido Próximo Texto: Sérgio Beck fala na Folha sobre as trilhas que percorreu no Nepal Índice |
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