São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 1996
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'Punição' aos grandes equilibra Paulista-96

MARCELINHO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O Campeonato Paulista que começa amanhã deve ser um dos mais equilibrados dos últimos anos.
Neste momento, fica difícil dizer que o campeão sairá do trio formado por Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Uma das razões é que os grandes clubes de futebol mais uma vez estão sendo punidos.
O Corinthians, campeão em 95, vai disputar três competições ao mesmo tempo. Além do Paulista, teremos a Copa do Brasil e a Taça Libertadores.
Com tantos jogos pela frente, numa verdadeira maratona, com certeza teremos problemas. Por mais bem preparado que o time esteja, acontecem contusões, problemas com jogadores suspensos, desgaste com viagens, concentrações etc.
Mas o Corinthians não será o único prejudicado. O Palmeiras e o São Paulo também serão. Os principais times paulistas terão que ceder jogadores para a seleção pré-olímpica e ficarão desfalcados.
O Santos, que cresceu muito no Brasileiro de 95, tem grandes jogadores e é um dos sérios candidatos ao título.
A própria Portuguesa, nós, corintianos, não podemos nos esquecer de que nos deu um trabalho enorme no Paulista do ano passado. Conseguimos ganhar duas vezes dela, mas contamos com um gol no finalzinho para chegar à final.
Alguns times do interior também se reforçaram e, quando jogam em casa, costumam dificultar para nós, da capital.
Outro problema a enfrentar é o mau estado dos gramados. Infelizmente, alguns campos no Estado não estavam nas melhores condições em 95. Neste ano, não sei se mudou muita coisa.
Para uma equipe que gosta de tocar a bola, como o Corinthians, isso prejudica demais. A vantagem, pelo menos para mim, é nas cobranças de faltas.
Quanto à torcida corintiana, aproveito para mandar um recado: no que depender de nós, jogadores, o time vai para o Japão no final do ano para decidir o Mundial interclubes.
A mesma garra que nós tivemos no Sul, quando vencemos o Grêmio na final da Copa do Brasil, e na final do Paulista, quando derrotamos o Palmeiras, vamos apresentar não só na Libertadores, mas no Paulista e na Copa do Brasil.
Temos a responsabilidade de suar e honrar a camisa de um dos maiores times do país. Com a chegada do Edmundo, a volta do Bernardo, a contratação do Alexandre Lopes e de outros reforços que vieram se juntar ao grupo, que já era forte e unido, os corintianos podem ficar tranquilos.
Quero agradecer também o incentivo que eu recebi dos torcedores, que queriam que eu renovasse meu contrato com o clube.
Desde o início das negociações, tinha dito que a minha vontade era ficar no Corinthians. E, graças a Deus, fiquei. Poderia até ganhar mais numa transferência, mas nada, nada mesmo, vale mais do que ganhar a Libertadores, e, se possível, ainda ser bicampeão paulista.

Marcelo Pereira Surcin, o Marcelinho, 24, é meia-atacante do Corinthians

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