São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 1996 |
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Peruchão mistura samba e grelhados
JOSIMAR MELO
Esta vive cheia. Com uma população heterogênea: velhos membros da comunidade grega, jovens passistas, arrumados casais da zona sul. Algumas moscas costumam bisbilhotar o ambiente (são muitas vezes mais assíduas nas mesas que os garçons). O ambiente e a comida, ambos bastante rústicos, têm um ar saudável de simplicidade e uma fartura que reconforta. Os balcões cheios de vinhos (malconservados), as bacias de mariscos, a cozinha envidraçada, os pandeiros de quartas e domingos (dias de ensaio) desarmam os espíritos e fazem esquecer que o serviço podia ser menos displicente e a louça, melhorzinha. Carneiros (na verdade, cordeiros) e camarões gigantescos são a marca registrada da casa. São preparados numa grelha enorme, sobre brasa de carvão, temperados apenas com sal. À moda grega, dizem os proprietários, que vieram da Grécia no fim dos anos cinquenta -mas só se conheceram e se casaram no Brasil. Começaram vendendo cordeiros, depois passaram a prepará-los na Chácara dos Carneiros, em Poá (SP). Abriram outras churrascarias, como a Juriti (no Brás) e a Flamenguinho (Vila Maria), até se estabelecerem nas duas casas atuais. O cordeiro é vendido em quartos, uma porção imensa, trinchada meio grosseiramente, que em geral fica na grelha mais tempo que o necessário, mas mantém o sabor. Uma outra opção é pedir as costeletas de cordeiro: são macias e, alertando o garçom, é mais fácil consegui-las ao ponto, ainda rosadas. O mesmo acontece com a picanha no espeto. Os camarões não chegam a sofrer tanto pelo excesso de tempo na grelha e podem servir como uma entrada estimulante. A seção de pescados é extensa e também fornece tira-gostos interessantes, como os mariscos à vinagrete, manjubinhas fritas ou -raridade- pernas de rã. Texto Anterior: "Orra Meu!" homenageia SP Próximo Texto: TERÇA-NOBRE; CARA NOVA 1; CARA NOVA 2 Índice |
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