São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 1996 |
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Bilhões sob cerração A polêmica em torno das informações levantadas ao longo da intervenção do BC no Econômico ressalta, mais uma vez, a falta de transparência das operações de socorro a bancos em dificuldade. Não é possível que operações da ordem de bilhões de reais continuem sob a cerração obscura de declarações genéricas e pouco esclarecedoras. Afinal, o que exatamente constitui a chamada "parte podre" do Nacional e do Econômico, que terminou nas mãos do Estado? Qual o valor de mercado -se é que têm- dos títulos e empréstimos de difícil recebimento? Quando o BC espera reaver cada item da carteira podre e quais são as estimativas de perda ao final do processo? Mesmo que seja em caráter preliminar, o governo deve esses esclarecimentos. As suspeitas levantadas pelo interventor no Econômico, de que houve transferências irregulares de recursos para o exterior e empréstimos a empresas coligadas, devem ser apuradas de modo transparente. Por sua vez, as críticas levantadas sobre o comportamento do interventor precisam ser esclarecidas. Não se pode, é claro, prejulgar os administradores do banco. Mas é inaceitável que os termos do relatório final venham a ser negociados segundo pressões políticas. Estão envolvidos enormes recursos públicos. E não se sabe ao certo em quê. Toda operação na qual uma empresa recebe tratamento particularizado do Estado é delicada. A falta de informações alimenta ainda mais as dúvidas. Transparência, assim, torna-se essencial. Texto Anterior: Teleconfusões Próximo Texto: Vandalismo não Índice |
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