São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Novos Baianos se reúnem para shows

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Show: Moraes "Carnaval" Moreira e os Novos Baianos
Onde: Metropolitan (av. Ayrton Senna, 3.000, Via Parque, Barra da Tijuca, zona sul do Rio, tel: 021/385-0515)
Quando: Amanhã, às 21h30, e sexta, às 22h30
Quanto: R$ 18 a R$ 35

Os saudosistas dos anos 70 já comemoram. Grupo pioneiro na hoje comum mistura de sons brasileiros com o rock e o pop, os Novos Baianos voltam a se juntar quase 20 anos após a gravação do último disco.
O reencontro de Moraes Moreira, Baby do Brasil (ex-Consuelo), Paulinho Boca de Cantor, Dadi e os irmãos Pepeu e Jorginho Gomes ocorrerá amanhã e sexta, no Metropolitan. Até música nova vão tocar. Para comemorar a volta, Moraes e Paulinho compuseram o "Samba dos Novos Baianos".
O retorno foi idealizado por Moraes, 48. Convidado para fazer no Metropolitan dois dias de shows com um repertório de carnaval, o artista pensou em levar convidados para cantar com ele.
Dias depois, no sítio em Vargem Grande (zona oeste carioca) comprado por ele há quase dois anos e onde os Novos Baianos moraram no início dos 70, Moraes teve o estalo: por que não reagrupar os antigos companheiros?
Moraes ligou para Paulinho, que mora em Salvador. A seguir falou com Baby e Pepeu. Depois, Jorginho e Dadi. Todos toparam. Só faltaram o percussionista Charles Negrita, que está na Bahia, e o baixista Didi Gomes, compromissado com Jimmy Cliff.
Até o poeta Galvão, letrista dos Novos Baianos, participa do reencontro. Mesmo sem vir ao Rio, ele enviou para Moraes a letra ainda sem nome que conta a história do grupo a partir dos versos "era uma vez uma tribo/ brincando de paz e amor". Galvão prometeu ainda meditar na hora dos shows.
"Hoje temos a noção de como foi bom para nós termos sido a resistência pós-tropicalismo. Acho que, com muita coragem e talento, seguramos a barra naquele momento", afirmou Moraes.
Novos shows e discos ainda não estão marcados, mas a vontade dos artistas é não parar nos shows.
Para Paulinho, 49, se for restabelecido o entendimento da época em que todos moravam juntos, novos eventos acontecerão. "A gente morava no sítio em um verdadeiro estado de sítio. Era um estado de espírito maravilhoso. Este reencontro não pode ser cansativo. Só vale se for prazeiroso", disse.
Para Pepeu, 43, os Novos Baianos representam um marco na música brasileira. "Mesmo que eles não saibam, toda esta geração de músicos brasileiros é pós-Novos Baianos", disse o guitarrista.
Baby, 43, destaca a opção dos Novos Baianos pela mescla de samba, chorinho, música do Nordeste, guitarras e rock: "Tinha um lado partido alto e outro danceteria. A partir de nós, o guitarrista brasileiro passou a entender o Jacob do Bandolim".

Texto Anterior: CLIPE
Próximo Texto: Filhos motivaram reencontro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.