São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 1996 |
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Ciberpornografia tira tímidos do isolamento
MARINA MORAES
A indústria pornográfica, uma adepta de primeira mão das novas tecnologias, vem ocupando rapidamente todos os espaços disponíveis na rede, apoiada em um direito constitucional do cidadão norte-americano, o da liberdade de expressão. E enquanto alguns representantes do Congresso tentam aprovar medidas legais para deter a onda ciberpornô, organizações civis protestam contra esse tipo de censura. O debate é tão acirrado que já existem pelo menos oito endereços na World Wide Web que fornecem exclusivamente informações sobre cada passo na briga. A verdade é que por meio da Internet você pode receber qualquer tipo de material, mesmo aquilo que você não pediu para ver ou que, por princípio, não quer ver. O assinante do serviço on line vai encontrar pornografia na rede, sim, se estiver interessado e for atrás do assunto. Os fãs da sacanagem virtual não ficarão desapontados. A Web tem centenas de serviços para promover encontros on line tão vibrantes quanto os "em carne e osso". Há endereços para quem está interessado em romance e futuro compromisso. Há os de sexo, muitas vezes identificados por números como na televisão (o 69 para heterossexuais, o 33 para gays e o 51, que é a média entre os dois, para bissexuais) onde a conversa é basicamente limitada às atividades carnais. As pornoshops on line representam o fim do martírio dos frequentadores mais tímidos desse tipo de comércio. Os consumidores agora podem fazer suas compras sem constrangimentos, examinando cuidadosamente os produtos que são apresentados com imagens detalhadas e instruções de uso. Só não dá para experimentar. Entre outras coisas, os defensores da livre pornografia na rede acreditam que, pela Internet, muita gente que se sente discriminada por causa das suas preferências sexuais agora tem um espaço para se manifestar ou satisfazer seus desejos com privacidade e segurança. Além disso, os papos on line diminuem a sensação de isolamento, assegurando àquela pessoa de que há outras por aí tão "doidas" quanto ela. Texto Anterior: Oportunidades profissionais e outras coisas Próximo Texto: Hacker vira personagem literário; Compaq divulga resultados do ano fiscal; Disquetes da IBM chegam ao Brasil; Notebook Pentium da ICC chega ao mercado; Epson lança duas impressoras matriciais; Sun e Apple podem fundir companhias; Empresa amplia limite de garantia; Ladrões preferem chips a dinheiro Índice |
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