| São Paulo, sexta-feira, 4 de outubro de 1996 |
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Lavandeira dá carona para votar
DANIELA FALCÃO
Os candidatos se desdobraram para buscar em casa os eleitores que moram na zona rural e dar almoço de graça a pelo menos metade deles. Chegaram até a retirar do hospital uma mulher que havia dado à luz na véspera. Apesar do clima agitado no fim da campanha, com acusações de compra de votos de ambas as partes, o candidato Antônio Leite (PFL-PMDB), 42, o Toinzinho, acredita que vai ser o primeiro prefeito de Lavandeira. A cidade foi emancipada de Aurora do Norte (a 27 km) em dezembro passado. A candidata do PPB, Maria de Lurdes Gandra, única rival de Toinzinho, já admitia ontem a derrota. Os candidatos sabem de cor quem são seus eleitores e mandaram carros de porta em porta. "Ninguém do nosso lado vai ficar sem votar por falta de condução", disse Rosilda Tavares Leite, 37, mulher de Toinzinho. Cada candidato montou uma frota de caminhões, camionetes e carros de passeio. A maioria dos carros tinha autorização. Mas, ao contrário do que diz a lei, só recolhiam quem fosse votar no organizador da caravana. Com medo de que os carros fossem "sabotados" (pneus furados) na noite de anteontem, tanto Maria de Lurdes quanto Toinzinho esconderam os caminhões em cidades vizinhas. No povoado rural de Ponta D'Água -onde moram cerca de 85 eleitores-, cada candidato a prefeito mandou um caminhão. Os dois candidatos a vice-prefeito são irmãos e moram em Ponta D'Água. Manuel e Filon Gonçalves Lima racharam a família e o povoado ao decidirem se enfrentar. Ontem, os dois chegaram a Lavandeira a bordo dos caminhões que traziam a população do povoado para votar. Filon (PMDB-PFL), 45, diz que se candidatou primeiro e, por isso, conseguiu o apoio da maioria da família: seu caminhão trouxe cinco vezes mais eleitores do que os dez que vieram com Manuel (PPB), 57, o Dusanjos. Para chegar à escola onde estavam as duas únicas seções de votação, os caminhões percorreram 17 km de estrada de barro. Dusanjos chegou com a camisa branca quase marrom. Já Filon teve o cuidado de levar uma camisa social azul que havia acabado de comprar para trocar pela camiseta que usou durante o trajeto. "Tenho de caprichar." Texto Anterior: PPB quer apoio para o 2º turno Próximo Texto: Cabos eleitorais tentam enganar os analfabetos Índice |
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